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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Um escândalo europeu

28 dez, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A crise mais grave que a UE atravessa é o abandono de alguns dos seus mais importantes valores de civilização.

É o que acontece com as violações à democracia liberal, como a separação entre poder político e poder judicial – separação que países como a Polónia põem causa. E outros, como a Hungria.

Não menos preocupante é a recusa de vários Estados membros a receber refugiados. E a falta de solidariedade europeia para com os países onde mais refugiados entram – a Grécia e a Itália. Continua a vigorar a regra segundo a qual os países da UE onde primeiro chegam os refugiados ficam responsáveis pelo seu acolhimento. Regra hoje totalmente desatualizada.

A situação é profundamente injusta para a Itália e sobretudo para a Grécia – país que são há pouco saiu de um processo de ajustamento que levou a um grande empobrecimento numa economia que nunca foi rica.

O ministro grego para a Imigração denunciou, com razão, a hipocrisia da Europa quanto ao acolhimento de crianças refugiadas e não acompanhadas, nomeadamente as que se encontram no campo de Moria em condições muito precárias. “Pedimos à Europa que acolhesse algumas, mas não aconteceu”, lamentou o ministro grego.

Nem as palavras do Papa na noite de Natal parecem ter sido escutadas pelos dirigentes políticos europeus. "Nos passos de José e Maria, vemos as pegadas dos refugiados", lembrou, falando no exemplo da jornada de Maria e José quando chegaram a uma nova terra para o nascimento de Jesus. O que evoca a "luta pela sobrevivência” de "todos aqueles que são obrigados a fugir das suas terras". E Francisco criticou os "Herodes" dos dias de hoje.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

Comentários
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  • Francisco Torres
    29 dez, 2017 Viana do Castelo 00:32
    Quem os convidou que os sustente, e em especial a Heil Merkel, seguindo orientações dos seus financiadores, impõem cotas para islamizar a europa, para destruir a civilização europeia. O retorno do fascismo pelas mãos da esquerda!!!..É só confrontar os registos de violações, crimes, matança indiscriminada de inocentes entre os estados que aceitaram a invasão islamica e a Polonia e a Hungria !!!!--
  • Olivença
    28 dez, 2017 Santarém 23:21
    Os europeus incendiaram o norte de África e extremo-oriente de onde vêm esses refugiados com as chamadas primaveras árabes, resultado centenas de milhares de mortes e feridos, a Síria continua em guerra e completamente arrasada, a Líbia dividida em dois depois da morte do Kadafi, na Europa meteram o nariz na guerra da Sérvia e acabaram por sacar a esta o Kosovo para o entregar aos colonos muçulmanos albaneses dando azo aos russos para retaliarem contra a Ucrânia e ocuparem a Crimeia e parte da Ucrânia, na Catalunha fazem o inverso do Kosovo dando razão ao ocupante e ameaçando a retirada desta da UE caso se venha a emancipar de Madrid, portanto a Europa está cada vez mais baralhada sem se aperceber sequer para que lado está voltada e entretanto os contestatários são cada vez mais e os desertores começam a surgir.
  • Joao
    28 dez, 2017 Lisboa 17:18
    A Alemanha e a Áustria que os recebam, foram estes dois países os responsáveis pelas ondas gigantescas de imigração. Primeiro chamam-nos depois fecham-lhes as portas. Foram todos muito céleres a apontar o dedo à Hungria , único pais lucido que soube gerir o problema.O resto , como em tudo pensam, apenas que era uma questão de momento, que ficam bem para o facebook.
  • Justus
    28 dez, 2017 Espinho 16:53
    S. Cabral não tem memória, nunca a tem quando lhe dá jeito. Quando americanos e europeus desmantelaram e arrasaram dezenas e dezenas de países do médio oriente e do norte de Africa, S. Cabral calou-se bem caladinho, ia consentindo naqueles massacres, apoiando os algozes. Não se lhe conhece nenhuma crónica a censurar a invasão do Iraque, o desmantelamento dos regimes da Líbia, da Tunísia, do Egipto, da Síria, etc., etc. Deveria saber, nessa altura, que todas aquelas guerras e roubalheiras só poderiam dar no que agora acontece. Mas assobiou para o ar e agora mostra-se muito interessado em tentar corrigir aquilo que ele, pelo seu silêncio cúmplice, originou. Deixassem estes povos estar sossegados nos seus países e nada disto acontecia. Já Cristo dizia: Ai de vós escribas e fariseus hipócritas!
  • Duarte Nuno
    28 dez, 2017 T Novas 14:35
    Por acaso não está a esquecer-se do que se passa em Espanha? Ou isso já não interessa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
  • Mário Rodrigues
    28 dez, 2017 Leiria 14:27
    Não é menos grave a cumplicidade da UE com o imperialismo espanhol na Catalunha. O direito dos povos à autodeterminação também é um direito humano fundamental, de expressão colectiva!...