18 dez, 2017
Foi ontem formada uma coligação governamental na Áustria, juntando o partido conservador (que havia ganho as eleições, mas sem maioria absoluta) e um partido de extrema-esquerda, eurocéptico e admirador de Putin. Este partido terá três ministros em pastas importantes: negócios estrangeiros, defesa e interior. Em contrapartida, abdicou publicamente de promover um referendo sobre a saída da Áustria da UE.
É um alerta em relação a excessivos optimismos europeístas suscitados pela derrota da Frente Nacional em França e pela unidade até agora mantida pelos 27 membros da UE face à saída do Reino Unido.
A maior crise da integração europeia ainda não foi ultrapassada. Vejam-se os resultados do Conselho Europeu da semana passada. Como se esperava, foi aceite a proposta da Comissão Europeia no sentido de o Conselho dar luz verde à passagem à segunda fase das negociações do Brexit. Mas tal só foi possível por ter sido aceite uma frase vaga e ambígua sobre a manutenção da fronteira aberta entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte (Ulster).
Essa difícil questão ficou para resolver na segunda fase das negociações, ao definir-se o futuro relacionamento entre a UE e o Reino Unido. Negociações que estão ameaçadas pela fraqueza polo parlamento.aperovaçuti+uro tartado final ra sobre amnutençiçíítica de Theresa May, que na quinta-feira passada perdeu uma votação na Câmara dos Comuns – por causa de onze deputados conservadores pró-UE, que assim obrigam o futuro tratado final do Brexit a passar pela aprovação do parlamento de Londres.
O Conselho Europeu nada avançou em matéria de refugiados e imigrantes, onde se mantém a recusa de receber refugiados por parte vários países que antes pertenceram à órbita soviética. Como também nada mudou na interferência governamental na justiça, sobretudo na Polónia. Ora, estes dois pontos são de grande importância ética e política, pondo em causa os alicerces ideológicos da integração europeia.
A reforma do euro continua na agenda da UE, mas nada se concretizará antes de existir um governo em Berlim. E mesmo depois disso haverá que contar com a hostilidade das opiniões públicas da Alemanha e da Holanda a grandes reformas nessa área. Por isso se compreende a afirmação do ministro Centeno sobre a necessidade de ter paciência.
E seria bom não esquecer que o problema principal que os dirigentes europeus defrontam é a quebra na popularidade da integração europeia. Essa quebra diminuiu um pouco, mas não ainda o suficiente para voltar a mobilizar a maioria dos cidadãos da UE.
Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus –
Rede Europeia de Rádios.
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