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"Não receiem denunciar". UMAR homenageia as 25 mulheres assassinadas em 2023

28 nov, 2023 - 14:29 • Redação

"A violência doméstica é um crime público. A questão não é a lei, é a aplicação da lei. É a forma como o sistema judicial a aplica", afirma Ilda Afonso, da União de Mulheres Alternativa e Resposta.

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Numa iniciativa simbólica, a UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta homenageou as 25 mulheres assassinadas em Portugal entre janeiro e novembro deste ano. A homenagem teve lugar na Atmosfera M, no Porto, esta terça-feira.

"Precisamos de por fim à violência contra as mulheres; é uma questão de direitos humanos, é uma questão de dignidade, é uma questão de justiça", lê-se num comunicado da associação.

Entre 1 de janeiro e 15 de novembro de 2023 foram cometidos 15 femicídios em Portugal, sendo que todos foram femicídios em contexto de relações de intimidade. Todos os femicídios cometidos em 2023 foram perpetrados por homens.

De acordo com o Observatório das Mulheres Assassinadas 2023, em 12 dos 15 femicídios foi identificada violência prévia e em seis dos casos tinha sido feita denúncia às autoridades. "Seis mulheres poderiam ter sido salvas", pode ler-se no comunicado.

Em quatro casos houve ameaças de morte, inclusive, à frente de outras pessoas.

Homenagem às 25 mulheres assassinadas em Portugal em 2023. Foto: Maria Carvalho
Homenagem às 25 mulheres assassinadas em Portugal em 2023. Foto: Maria Carvalho
Homenagem às 25 mulheres assassinadas em Portugal em 2023. Foto: Maria Carvalho
Homenagem às 25 mulheres assassinadas em Portugal em 2023. Foto: Maria Carvalho
Ilda Afonso, coordenadora do centro de atendimento da UMAR. Foto: Maria Carvalho
Ilda Afonso, coordenadora do centro de atendimento da UMAR. Foto: Maria Carvalho
Homenagem às 25 mulheres assassinadas em Portugal em 2023. Foto: Maria Carvalho
Homenagem às 25 mulheres assassinadas em Portugal em 2023. Foto: Maria Carvalho

A coordenadora do Centro de Atendimento para Vítimas de Violência Doméstica e de Género da UMAR Porto, Ilda Afonso, apela à sociedade que denuncie as situações de violência "quando se percebe que estão a acontecer". "Não receiem denunciar. Mostrem que não compactuam com a violência, ou seja, que censuram essas atitudes".

"O problema aqui não é a legislação. A violência doméstica é um crime público e tem-se dado grandes passos em termos de legislação. Até agora, as crianças, finalmente, são reconhecidas como vítimas diretas e têm estatuto de vítima nas situações em que há violência doméstica contra os progenitores. A questão não é a lei, é a aplicação da lei. É a forma como o sistema judicial a aplica", reitera.

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