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“Veio para ficar”. Teletrabalho é aceite por mais de metade das empresas nacionais

18 jan, 2024 - 12:00 • Redação

Estudo de empresa de recrutamento indica que cada vez mais empresas em Portugal funcionam na lógica de trabalho à distância.

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Um estudo da empresa de recrutamento Talent Portugal conclui que 55% das empresas em Portugal está flexível à opção de teletrabalho. A publicação partilha também que 51% dispõe da possibilidade de ter mudanças de horário.

“O teletrabalho veio para ficar. Não é só uma oferta das empresas, mas também uma necessidade dos candidatos”, confirma à Renascença o fundador da Talent Portugal, Luís Sottomayor.

Cada vez mais empresas funcionam nesta lógica de trabalho à distância, “independentemente da dimensão ou natureza da empregadora”. Esta tendência até chega a desmotivar o regresso destes trabalhadores aos escritórios. “É preciso convencê-los para que voltem”, conta.

Para além das vantagens de custos e deslocação tanto do colaborador como do empregador, Sottomayor não ignora as desvantagens confirmadas pelo estudo. “Há uma perda de ligação entre as equipas que se reflete na retenção dos colaboradores e na perda do processo criativo.”

Localizadas maioritariamente nas zonas urbanas, estas empresas abrem a possibilidade de ter horários mais flexíveis para ser “gerir melhor as agendas de acordo com os seus compromissos pessoais, familiares e outros”. O fundador da Talent Portugal acrescenta ainda que esta possibilidade facilita a contratação para criar novas equipas.

“Há uma tendência para cada vez mais empresas incluírem o teletrabalho como uma condição de funcionamento e como uma estratégia de crescimento”, garante.

A firma do setor de papel Renova é uma das 105 que incorpora a lista do estudo, no total de 204 firmas. O diretor de marketing, Luís Saramago, reconhece os benefícios desta política de trabalho.

“Não há quebras de produtividade”, assegura o diretor de marketing deste grupo que encara o teletrabalho como uma vantagem e não como uma imposição dos tempos da pandemia.

“Aqui há satisfação das pessoas por terem um dia sem se deslocar ao escritório. É uma forma de poder agradar os colaboradores e contribuir para a motivação deles”, justifica.

Cumpre-se este desejo dos trabalhadores com olho na satisfação e melhor qualidade de vida da equipa, porque está em vista, afinal, a rentabilidade do negócio. Mas nem todos podem ficar em casa, principalmente os que põem as mãos no papel na produção em linha. Não há como fugir.

“Estamos a falar de papel higiénico, rolos de cozinha, guardanapos e lenços de bolso, e as pessoas de chão de fábrica e armazém não podem fazer teletrabalho”, diz. As áreas administrativas, comerciais e marketing beneficiam das políticas mais flexíveis.

Mas há quem não siga esta lógica de trabalho, nem sequer nas funções administrativas. Na empresa de conservas Ramirez “não se requer sequer essa possibilidade”.

O presidente da empresa, Manuel Ramirez, compreende os benefícios, mas diz não haver “essa necessidade”.

Em todos os dias de labor marca-se presença na fábrica. Sem exceção de qualquer trabalhador. Nem o presidente escapa. “As pessoas sentem-se bem cá dentro”, acredita.

“Não podemos levar as máquinas para casa e fazer por lá as conservas”, ri.

“Esta é uma empresa de produção, de trabalho intensivo e o teletrabalho está fora de questão."

[Notícia atualizada às 13h15 de 18 de janeiro de 2024]

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  • Maria
    18 jan, 2024 Palmela 13:05
    Acho que o presidente ja meteu o nariz no caso dos policias! Parece que ele disse que nao era uma profissao?

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