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Cientistas avaliam impacto da utilização de pesticidas em vinhas da Bairrada

20 mar, 2024 - 10:28 • Olímpia Mairos

Projeto quer “contribuir para um aumento da adoção de práticas de gestão ambientalmente sustentáveis no setor vitivinícola”.

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Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) vai monitorizar e avaliar o impacto da utilização de produtos fitofarmacêuticos na biodiversidade das vinhas da Bairrada.

Segundo José Paulo Sousa, o projeto “pretende contribuir para uma avaliação de risco dos produtos fitofarmacêuticos de forma holística, ao contrário da avaliação que é feita atualmente, produto a produto”.

“Vamos olhar para a utilização destes compostos de uma forma integrada, em contextos específicos, tendo em conta outros fatores que podem alterar o seu impacto”, explica o docente do Departamento de Ciências da Vida (DCV) e investigador do Centro de Ecologia Funcional (CFE), citado em comunicado.

O coordenador do projeto na UC acrescenta que “a ideia é tentar perceber qual o efeito da composição e estrutura da paisagem e das práticas agrícolas ao nível do risco que os pesticidas têm na fauna auxiliar, que são os agentes que fazem o controlo biológico das pragas, e na fauna de solo, que é importante em termos da saúde do solo”.

Nesse sentido, os investigadores da FCTUC vão monitorizar a fauna auxiliar e de solo, assim como recolher amostras de solo e de vegetação, dentro e fora das vinhas.

“Acreditamos que o que for desenvolvido ao longo deste projeto pode auxiliar não só no cumprimento das metas traçadas por diferentes regulamentações europeias, mas também no desenvolvimento de novas abordagens para a avaliação de risco de pesticidas a nível europeu”, observa, assinalando que pretendem também “contribuir para um aumento da adoção de práticas de gestão ambientalmente sustentáveis no setor vitivinícola”.

O projeto “Syberac - Mitigating the impacts of Chemicsls on Biodiversity”, que vai decorrer nos próximos quatro anos, recebeu um financiamento global de cerca de 5 milhões de euros, por parte da Comissão Europeia (Programa Horizonte Europa). É coordenado pela Universidade de Wageningen, na Holanda, e conta com a participação total de 12 instituições de vários países da Europa.

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