Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Parlamento da Turquia aprova Suécia na NATO

23 jan, 2024 - 20:17 • Ricardo Vieira, com agências

Com a luz verde da Turquia, fica a faltar apenas a aprovação da Hungria para que a Suécia se torne no mais recente membro da NATO.

A+ / A-

O Parlamento da Turquia aprovou esta terça-feira à noite a adesão da Suécia à NATO, depois de meses de impasse.

A proposta tinha sido apresentada aos deputados pelo Presidente Tayyp Erdogan, que deverá promulgar o diploma nos próximos dias.

Com a luz verde da Turquia, fica a faltar apenas a aprovação da Hungria para que a Suécia se torne no mais recente membro da NATO.

Esta terça-feira, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, convidou o homólogo sueco, Ulf Kristersson, para uma visita de trabalho sobre a adesão à aliança militar.

A Suécia pediu a adesão à NATO em maio de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro daquele ano.

A Turquia, membro da NATO, adiou a ratificação do pedido de adesão da Suécia durante mais de um ano, acusando o país de ser demasiado permissivo em relação a grupos que Ancara considera como ameaças à sua segurança, incluindo militantes curdos e membros de uma rede que Ancara responsabiliza por um golpe de Estado falhado em 2016.

No início deste mês, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, associou a ratificação da adesão da Suécia à NATO à aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos de um pedido turco de compra de 40 novos caças F-16 e de kits para modernizar a frota existente na Turquia.

Embaixador Martins da Cruz diz que Turquia procurou obter vantagens

Em declarações à Renascença, António Martins da Cruz, antigo embaixador de Portugal na NATO e ex-minstro dos Negócios Estrangeiros, diz que o Presidente turco quis arrastar este processo, com o propósito de obter vantagens noutros domínios.

"Quer a nível da sua relação com os Estados Unidos, no que diz respeito ao fornecimento de um novo tipo de aviões F-16, quer também na sua relação com a União Europeia. A Turquia, neste momento, já não tem hipóteses nem quer aderir, mas quer alterar o acordo alfandegário que tem com a União Europeia, por forma a permitir mais exportações turcas", adianta.

O embaixador António Martins da Cruz diz que esta é uma notícia positiva porque reforça a Aliança Atlântica, "num momento em que a guerra na Ucrânia a isso exige" e sublinha as capacidades políticas de Erdogan.

"A Turquia joga um papel importante, quando é necessário, entre a Ucrânia e a Rússia. É através da Turquia que são negociadas as trocas de prisioneiros, por exemplo. A Turquia é um aliado da NATO, mas nada impede o Presidente Erdogan de jogar várias cartadas para os países da Ásia Centra, quer envolvendo-se no conflito em Gaza, a favor do mundo árabe e dos palestinos, quer tentando agora uma aproximação à Europa e aos Estados Unidos”, aponta.

Tayyp Erdogan apelou também ao Canadá e a outros aliados da NATO para que levantem os embargos de armas impostos à Turquia.

A Finlândia também fez o pedido na mesma altura e já é membro da Aliança Atlântica.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Cidadao
    24 jan, 2024 Lisboa 11:47
    Tal como na UE, a regra da unanimidade tem destas coisas: permite a Países chantagistas ou que "jogam pela equipa adversária", bloquearem certas decisões até obterem os ganhos que pretendem, ou a satisfação de Putin. É de questionar se não se faria melhor em substituir a unanimidade por Maioria Qualificada e estas chantagens desapareceriam

Destaques V+