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Paulo Portas alerta que manipulação política das redes sociais pode aniquilar democracia

22 out, 2023 - 18:16 • Lusa

Paulo Portas falou também de passado, para argumentar que o presidente russo, Vladimir Putin, "não é um admirador de Lenine" e que o líder russo "considera que aquela intervenção especial na Ucrânia é também a correção de um erro de Lenine, que defendeu uma certa autonomia" deste país.

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O antigo líder do CDS/PP Paulo Portas disse hoje, em Óbidos, que partidos e instituições estão a ficar reféns da manipulação política das redes sociais e que tal poderá aniquilar as democracias.

"Os partidos, as instituições, estão a ficar completamente reféns da manipulação política das redes digitais, ou para a evitarem ou para a fazerem, e isto acaba mal", afirmou Paulo Portas, sustentando que tal "pode acabar por aniquilar as democracias" como se conheceram até aqui.

O antigo ministro, que hoje participou numa mesa de autores no Folio -- Festival Literário Internacional de Óbidos, que decorre sob o tema "Risco", aludiu aos riscos da Inteligência Artificial, dizendo que com ela "a ignorância está a ganhar estatuto de poder" e que "o algoritmo tem uma lógica absolutamente diabólica".

Na mesa que partilhou com Michel Eltchaninoff, especialista na história do pensamento russo, para falar de "Futuro", Paulo Portas falou também de passado, para argumentar que o presidente russo, Vladimir Putin, "não é um admirador de Lenine" e que Putin "considera que aquela intervenção especial na Ucrânia é também a correção de um erro de Lenine, que defendeu uma certa autonomia" deste país.

Certo, para os dois oradores, é que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia "será muito longa" e que o futuro, nesse campo, traz mais interrogações do que respostas.

Assumindo-se "absolutamente admirador de literatura e de música russa", Paulo Portas manifestou o desejo de que "esta mania do cancelamento mútuo não atingisse a riqueza da cultura russa, que é uma das mais extraordinárias", apesar de, na história do país, "os períodos de espírito livre serem muito escassos".

Por isso, rematou, "os russos estão muito mais habituados a obedecer do que a escolher" e têm "uma tolerância com o poder autoritário central".

Esta foi a última das 14 mesas de autores do Folio -- Festival Literário Internacional de Óbidos, que hoje termina, depois de 11 dias a debater temas em volta do "Risco".

Além das mesas o programa integrou 108 conversas e tertúlias, 40 apresentações e lançamentos de livros, 40 espetáculos e concertos, 21 exposições e 18 sessões de leitura e poesia na vila do distrito de Leiria por onde, desde a inauguração, no dia 12, passaram um total de 603 autores e criadores.

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