26 set, 2017 - 10:10
A probabilidade de encontrar sobreviventes do sismo que há uma semana devastou partes do México é cada vez mais reduzida, mas as equipas de busca vão continuar a trabalhar em quatro locais diferentes até ao final de quinta-feira.
O sismo destruiu ou danificou 11 mil residências e fez um total de 326 mortos confirmados, mas o número pode ainda subir.
Os socorristas, incluindo equipas norte-americanas e israelitas que ainda permanecem no país, continuarão a remover os destroços à mão durante as próximas 72 horas, contando com o auxílio de cães treinados especialmente para detectar sobreviventes. As atenções estão focadas num edifício de escritórios que colapsou e onde se calculam que estejam 40 desaparecidos. Há outros três desaparecidos, onde as buscas também prosseguem.
Enquanto alguns continuam a procurar sobreviventes contra todas as expectativas, o resto do país tenta regressar à normalidade. O trânsito voltou às ruas e mais de 44 mil escolas reabriram. Mas na capital, que foi particularmente atingida, apenas 103 de um total de oito mil reiniciaram as aulas.
Equipas de terapeutas continuam a acompanhar milhares de crianças traumatizadas pelo sismo. “As crianças estão em crise, não querem falar. Algumas nem se lembram dos próprios nomes”, diz à agência Reuters a psicoterapeuta Enriqueta Ortuno.
Uma semana depois do desastre, que aconteceu precisamente no 32º aniversário de outro sismo que matou cerca de 10 mil pessoas, começam-se também a tentar apurar responsabilidades no que diz respeito a edifícios recentes, que por isso estavam sujeitos a códigos de construção mais rigorosos, mas colapsaram devido ao abalo. Inclui-se neste lote o edifício de uma escola que ruiu, matando 19 alunos e sete adultos.
“O presidente da câmara da Cidade do México e o Governo nacional já ordenaram investigações judiciais para determinar quem é responsável pelas novas construções que não cumpriam os critérios de segurança”, diz Luis Felipe Puente, coordenador da Protecção Civil do México.