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"Momento histórico". Chega ao fim a remoção de resíduos perigosos em São Pedro da Cova

19 jul, 2022 - 12:35 • Olímpia Mairos

CCDR-N assume como desafio “devolver o lugar e a sua memória à população”.

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A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) anunciou esta terça-feira que amanhã, quarta-feira, será concluída a remoção de resíduos perigosos em São Pedro da Cova.

Trata-se da “maior e mais exigente operação de recuperação de um passivo ambiental da Região Norte de sempre, que decorre em Gondomar, nas antigas minas de São Pedro da Cova”, indica o organismo.

Em comunicado, a CCDR-N esclarece que sairá, na quarta-feira, “o último camião carregado com resíduos perigosos que ali estiveram depositados, sendo encaminhados, por via ferroviária, para aterro licenciado, com condições para o seu tratamento e depósito – um centro integrado de recuperação, valorização e eliminação de resíduos perigosos (CIRVER)”.

“É um momento histórico para São Pedro da Cova, para a sua população em particular, mas também para Gondomar e para toda a Região Norte”, sublinha o presidente da CCDR-N, António Cunha, citado no comunicado.

“Vira-se, hoje, em definitivo, uma página de má memória ambiental do país e desata-se um nó da garganta da população local”, reforça.

Para o presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, “chega ao fim, ao cabo de mais de 20 anos, o mal causado às populações de São Pedro da Cova e de Gondomar. Com a remoção destes resíduos perigosos, fecha-se uma importante fase da recuperação daquele lugar para que outra se possa iniciar”.

A operação, iniciada em 2014, procedeu à remoção de mais de 292 mil toneladas de resíduos perigosos, provenientes da Siderurgia Nacional e depositados nas escombreiras das antigas minas de São Pedro da Cova, em Gondomar, entre 2001 e 2002.

De acordo com a CCDR-N, “a quantidade de resíduos associada à extensão e à orografia do terreno, marcada por depressões com área e profundidade apreciáveis; a elevada densidade de vários maciços ferrosos; a perigosidade dos resíduos contaminados e a deteção de algum material explosivo durante a operação; e os procedimentos inerentes à contração pública dos trabalhos tornaram o projeto especialmente exigente e complexo”.

Segundo o presidente da CCDR-N, “há agora o desafio de devolver o lugar e a sua memória à população”.

O investimento para a remoção dos resíduos ascendeu a quase 30 milhões de euros, tendo beneficiado de financiamento, em momentos e fases distintas, dos Fundos Europeus e do Fundo Ambiental.

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