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DGS publica recomendações para facilitar diagnóstico da tuberculose em crianças

18 abr, 2024 - 17:27 • Lusa

A DGS diz que é um desafio diagnosticar a doença na criança, já que "as manifestações clínicas são frequentemente inespecíficas com consequente atraso no diagnóstico", sendo a tosse o sintoma mais frequente.

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A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou esta quinta-feira o referencial para o diagnóstico de tuberculose em crianças, defendendo que a uniformização da metodologia diagnóstica e terapêutica permite detetar precocemente a doença e iniciar o tratamento eficaz.

"A tuberculose na criança representa um desafio no seu diagnóstico e na decisão de tratar", lê-se no documento publicado pelo Programa Nacional para a Tuberculose da DGS, que é dirigido aos pediatras, médicos de família e especialistas de Saúde Pública, Infecciologia e Pneumologia que trabalham com crianças e, especialmente, com menores com suspeita da doença.

O documento reúne contributos das várias sociedades científicas e estruturas de saúde relevantes da resposta à tuberculose, reforçando o seu papel como guia de orientação na prática clínica, com a atualização de alguns aspetos sobre a tuberculose infantil.

A DGS salienta o desafio de diagnosticar a doença na criança, adiantando que "as manifestações clínicas são frequentemente inespecíficas com consequente atraso no diagnóstico", sendo a tosse o sintoma mais frequente, podendo apresentar-se de várias formas.

"A suspeita surge pela observação clínica de sintomatologia, como tosse e/ ou febre persistente, em que a tuberculose é um dos diagnósticos diferenciais ou após a identificação da criança como exposta a um caso infeccioso", refere a DGS. .

O documento, publicado do "site" da DGS, refere que a ocorrência de tuberculose em idade pediátrica "é um indicador de falência dos programas de controlo da doença na comunidade, dado que significa a existência de um caso infeccioso recente na comunidade e a falha na identificação da criança como exposta e candidata a rastreio e tratamento preventivo". As crianças, sobretudo até aos cinco anos, apresentam risco acrescido de infeção, ainda que com exposição inferior a 15 minutos e nos primeiros anos de vida.

"O risco de progressão para doença ativa ocorre em 30-40% das crianças com idade inferior a um ano e o risco de evolução para formas graves (miliar ou meníngea) em cerca de 10-20% casos", lê-se no referencial, que incide maioritariamente sobre a tuberculose pulmonar, a forma de apresentação mais frequente da doença.

A DGS refere que o diagnóstico e a decisão de iniciar tratamento dependem, frequentemente, da conjugação de dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais e imagiológicos. Deve ser também elaborada "uma história clínica completa e cuidadosa" da criança na procura de todos os dados que possam contribuir para o diagnóstico, clarificação da clínica e pesquisa de contactos.

A história dos contactos deverá incluir os familiares que convivem com a criança, os contactos na escola e nas atividades extracurriculares, bem como outros contactos como amigos ou vizinhos.

"Deverá ser averiguada história de tuberculose diagnosticada ou suspeita, nomeadamente a presença de tosse persistente e outros sintomas gerais em investigação (febre, perda ponderal), infeção por VIH, alcoolismo e história de viagens a países de elevada incidência de TB)", recomenda.

A tuberculose mantém-se como uma das 10 principais causas de morte a nível mundial e estima-se que um quarto da população mundial esteja infetado.

Em 2022, foram notificados 10,6 milhões de casos e cerca de 1,3 milhões de mortes, refere a DGS, sublinhando que cerca de 12% dos casos ocorrem em crianças até aos 15 anos.

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  • Anastácio José Marti
    19 abr, 2024 Lisboa 12:26
    Quando será que a mesma DGS e quem a dirige, nos dão provas de algo fazerem para reduzir o Nº de utentes sem Médico de Família atribuído? Até hoje, 19/04/2024, não souberam, nem quiseram, impor a todos e a cada um dos Centros de Saúde uma atualização das listas dos seus utentes, para que, utentes já falecidos e outros que já não residem na área de jurisdição de cada Centro de Saúde, continuem a ter Médico de Família atribuído, quando, simultaneamente, utentes, crónicos, de Alto Risco e DEFICIENTES, continuem sem Médico de Família atribuído que possa acompanhar os diferentes problemas de saúde de cada um, o que até hoje nunca fizeram. É para assim procederem que existe a DGS e todas e todos os que lá estão colocados continuam a ser remunerados pelo erário público português? Já é altura de aprenderem a servir o povo, e aplicarem na prática, medidas como as que aqui sugiro, que não custam dinheiro, darão outra organização aos Centros de Saúde que hoje não a têm, e contribuirá certamente para minorar o Nº de utentes sem Médico de família atribuído, assim existam critérios de atribuição desses Médicos de família por quem mais deles necessita, sejam DEFICIENTES, doentes crónicos e de Alto Risco os que deveriam ter prioridade mas até hoje, nada disto se vê, o que é bem a imagem de marca da DGS e dos supostos Centros de saúde que assim fingem trabalhar.

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