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Socialista Porfírio Silva considera "normal" nomeação de novo Governo na Madeira

01 fev, 2024 - 01:26 • José Pedro Frazão

No programa "Casa Comum" da Renascença, o dirigente do PS defendeu a normalidade da substituição de um Governo por outro e recusa pedir a Marcelo que esclareça se vai dissolver o Parlamento regional dentro de menos de dois meses. O comentador critica ainda o comportamento "estranho" e "pouco transparente" do representante da República na Madeira.

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O deputado socialista Porfírio Silva defende que há excesso de "tacticismo e demasiadas contas inter e intrapartidárias" na crise política que se instalou na Madeira.

Face à incerteza sobre os próximos passos após a aceitação da demissão do presidente do governo regional da Madeira, o diretor do "Ação Socialista" considera que há uma "embrulhada" criada por cálculos políticos de diversas forças partidárias.

"O que é normal, numa circunstância destas, é que se sai o chefe do Governo, cai o Governo, substitui-se o Governo, há um novo Governo e continua com aquilo que tem que continuar, independentemente de quais sejam as forças políticas envolvidas", defende Porfírio Silva no programa Casa Comum, da Renascença, pedindo clareza no processo político madeirense.

O PSD Madeira defende a nomeação de um novo Governo, depois da demissão de Miguel Albuquerque. O CDS, parceiro de coligação, quer uma substituição rápida do executivo e o PAN, que garante a maioria parlamentar ao Governo, pede que os novos membros não tenham ligações aos projetos ligados às suspeitas de corrupção. PS e Chega apresentaram moções de censura ao governo de Miguel Albuquerque, que está demissionário.

Porfírio Silva considera que "não é exigível" ao Presidente da República que sinalize o que fará quando tiver o poder de dissolver a Assembleia Legislativa Regional, a partir do final do mês de março.

"Marcelo Rebelo de Sousa já se condicionou a si próprio demasiadas vezes sobre o exercício dos seus poderes, por exemplo, quando disse na tomada de posse do Governo que a maioria absoluta era do primeiro-ministro e não era do Partido Socialista. Criou uma teoria para si próprio, que condicionou aquilo que podia ser eventualmente uma melhor solução para a crise política a nível nacional", afirma o dirigente socialista.

Comportamento inaceitável da Justiça

Noutro plano, o comentador do programa "Casa Comum" considera que o comportamento do representante da República na Madeira, Ireneu Barreto, foi "um pouco estranho" ao surgir perante os jornalistas a fazer declarações ao lado do demissionário presidente do governo regional.

"Em termos paralelos, seria como o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa sair junto a António Costa quando este foi demitido e vir cá fora falar aos jornalistas com o primeiro-ministro demissionário", exemplifica Porfírio Silva, que confessa estranheza ao escutar as declarações do Representante da República que não tornou efetiva a demissão de Miguel Albuquerque em termos imediatos.

A sugestão de conversas posteriores sobre o processo é classificada como "pouco transparente" pelo dirigente socialista que, noutro plano, considera "inaceitável" a detenção de suspeitos sem interrogatório judicial por vários dias.

Os três detidos na operação anticorrupção na Madeira só começaram esta quarta-feira a ser ouvidos no Campus de Justiça, em Lisboa, sete dias após as detenções.

"São pessoas, neste caso, mediatizadas por uma investigação. Será que isto também acontece com pessoas que não têm qualquer protagonismo mediático?", questiona o dirigente do PS, que se manifesta preocupado com uma situação que aparenta descartar garantias básicas de qualquer cidadão, para além dos seus direitos e liberdades cívicas.

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