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Coreógrafo Fernando Duarte é o novo diretor da Companhia Nacional de Bailado

11 jun, 2024 - 22:10 • Lusa

O júri considerou que, "apesar da grande qualidade das cinco candidaturas selecionadas para a fase das entrevistas, a proposta programática, a formação e a experiência artística de Fernando Duarte reuniram unanimidade na decisão, distinguindo-se pela sua clareza e abrangência".

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O coreógrafo e professor de dança Fernando Duarte vai ser o novo diretor da Companhia Nacional de Bailado (CNB), em Lisboa, anunciou hoje o Organismo de Produção Artística (Opart), em comunicado.

Fernando Duarte, cofundador da companhia Dança em Diálogos, foi escolhido através de um concurso internacional lançado em março deste ano, e vai iniciar funções a 02 de setembro, sucedendo a Carlos Prado, atual diretor, que termina o mandato a 30 de agosto.

Nascido em Lisboa, em 1979, Fernando Duarte estudou na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, sob orientação dos professores Maria Bessa e António Rodrigues, estagiou na Companhia de Dança Contemporânea, foi bailarino principal da CNB e solista no Ballet Nacional da Noruega.

O júri do concurso foi dirigido pela presidente do conselho de administração do Opart, Conceição Amaral, e composto por Rui Morais, vogal da administração do Opart, Mark Deputter, administrador e diretor artístico da Fundação Culturgest, Olga Roriz, coreógrafa e diretora da Companhia Olga Roriz, e Ted Brandsen, coreógrafo e diretor artístico do Ballet Nacional Neerlandês.

Na justificação da escolha, o júri considerou que, "apesar da grande qualidade das cinco candidaturas selecionadas para a fase das entrevistas, a proposta programática, a formação e a experiência artística de Fernando Duarte reuniram unanimidade na decisão, distinguindo-se pela sua clareza e abrangência", indica a nota de imprensa.

O concurso internacional recebeu um total de 46 candidaturas, nove de cidadãos portugueses e 37 de estrangeiros, 21 elegíveis, segundo a mesma fonte do Opart.

Contactada pela agência Lusa sobre a próxima temporada da CNB - relativa a 2024-2025 - fonte do Opart indicou que ainda foi desenhada por Carlos Prado e "será apresentada em breve".

Na justificação da escolha de Fernando Duarte, o júri realçou ainda "o seu percurso pessoal e artístico, bem como o seu conhecimento do setor das artes performativas", evidenciam igualmente "a sua preparação para a necessária representação institucional, resolução de problemas e para a gestão de equipas" na CNB.

Fernando Duarte - que irá liderar a direção artística até setembro de 2028 - segundo o comunicado, diz querer "contribuir para um serviço público de excelência em dança, por todo o território nacional, evidenciando também a sua dimensão internacional". .

O novo diretor artístico da CNB "posiciona o seu projeto na cena artística global e apresenta um modelo de gestão artística integrada, que articula valores como a excelência técnica e artística do corpo artístico e de criadores, a participação comunitária, a coesão social e cultural, a formação contínua, o pensamento, a acessibilidade, a sustentabilidade (financeira e ambiental), a diversidade e o desenvolvimento e bem-estar coletivo".

Para a concretização do projeto proposto, Fernando Duarte realça ainda a importância das parcerias estratégicas, através da criação de colaborações com organizações e líderes ao nível da criação artística, do pensamento e da tecnologia, pela inovação.

Sobre a quantidade, qualidade e diversidade das propostas recebidas no concurso, o Opart sublinha que "revelou a importância que a Companhia Nacional de Bailado tem na comunidade artística a nível nacional e internacional". .

Fernando Duarte ingressou na CNB em 1996, onde foi bailarino principal, e dançou os papéis principais do repertório clássico, assim como bailados do universo neoclássico e contemporâneo. Nos anos 2005 e 2007, foi solista no Ballet Nacional da Noruega.

Em 2011 tornou-se mestre de bailado na CNB, cargo que desempenhou até 2017, e criou novas versões dos bailados "O Lago dos Cisnes" (2013), "Quebra-Nozes" (2014), "O Pássaro de Fogo" (2015) e "La Bayadère" (2016).

A sua experiência enquanto professor de técnica de dança clássica no ensino artístico especializado remonta a 2008, quando lecionou na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, sendo, desde 2018, docente na Escola Artística de Dança do Conservatório Nacional. .

Paralelamente, Fernando Duarte foi ainda professor convidado em diversas escolas de dança nacionais e internacionais. .

Em 2018 fundou e assumiu a co-direção artística da companhia Dança em Diálogos, com Solange Melo, e, nesse ano, foi-lhe atribuído o Prémio da Dança Anna Mascolo da Mirpuri Foundation, com o bailado ""Murmúrios de Pedro e Inês".

Entre 2021 e 2023, foi diretor artístico e orientador no projeto Radio(grafias) Iguais, da Dança em Diálogos, um projeto de coesão social e artística, que fez parte da primeira edição do programa PARTIS & Art for Change da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação La Caixa.

Fernando Duarte é ainda, desde 2021, co-curador artístico do Ciclo de Bailado em Seteais e, desde 2022, do ciclo "A Música também Dança", do Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.

O novo diretor da CNB é doutorando em Estudos Artísticos na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e investigador doutorando no Instituto de História de Arte.

A sua área de investigação debruça-se sobre a narratividade e coreologia nos bailados narrativos contemporâneos. Noutra linha de investigação, dedica-se à articulação entre a teoria e a prática da dança, e como esta pode ser refletida no campo da criação coreográfica.

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