15 jun, 2023 - 08:37 • Olímpia Mairos
A Universidade de Coimbra (UC) vai levar à cena a peça de teatro original sobre algoritmos de Inteligência Artificial (IA) para a previsão de crises epiléticas, de 28 de junho a 2 de julho.
O projeto, desenvolvido por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, em colaboração com a companhia de teatro Marionet, pretende “explicar às pessoas os ritmos da ciência, desmistificar a inteligência artificial e mostrar o seu papel na sociedade”.
O objetivo é “melhorar a qualidade de vida dos doentes”, explica o coordenador e docente Mauro Pinto, citado em comunicado da instituição.
“Estamos muito focados no lado da pessoa, por mais que tenhamos uma visão científica e algorítmica o importante é a pessoa. Queremos dar vida, voz e palco a quem tem a doença”, acrescenta.
Segundo Francisca Moreira, diretora de produção da Marionet, o projeto “pretende despertar a consciência do público para a epilepsia”.
“Nós próprios não tínhamos muito conhecimento sobre a doença e acreditamos que talvez muita gente também possa não ter, e ao ver este espetáculo vão ficar com uma ideia”, diz, destacando que o objetivo da Marionet “é sempre levantar questões e pôr as pessoas a pensar”.
“Neste caso, é colocar as pessoas a pensar sobre o que é isto da epilepsia, o que são os algoritmos, como funciona e como devia funcionar”, observa.
A parceria entre a Marionet e a UC já tem mais de 15 anos e tem permitido levar a palco a investigação e ciência que se faz na instituição.
“Desta vez, toda a equipa artística teve aulas com o docente do DEI sobre IA, algoritmos e epilepsia. Os artistas tiveram também a oportunidade de conversar com doentes e com a equipa médica da Unidade de Monitorização de Epilepsia e do Sono (UMES) do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC) que integra o projeto”, lê-se no documento.
Ao longo do ano, também foram desenvolvidas várias iniciativas abertas à comunidade, nomeadamente uma reunião para discussão do processo criativo e foi criada uma plataforma digital em que qualquer pessoa podia submeter ideias para a construção do espetáculo.