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CES da Universidade de Coimbra suspende Boaventura de Sousa Santos

14 abr, 2023 - 18:25 • Diogo Camilo

CES lembra que foi constituída uma comissão independente para averiguar as acusações de assédio sexual e refere que "durante este processo e até ao apuramento de conclusões", os dois professores visados estão suspensos de todas as funções.

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O Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra decidiu suspender os professores Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins após acusações de assédio sexuais a ex-alunas e investigadoras.

Em comunicado na sua página, o CES lembra que foi constituída uma comissão independente para averiguar os casos e refere que "durante este processo e até ao apuramento de conclusões", Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins "se encontram suspensos de todos os cargos que ocupavam".

O CES indica ainda que se demarca "de todas as posições assumidas publicamente por Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins", em referência à intenção de avançar judicialmente contra as autoras do capítulo do livro 'Sexual Misconduct in Academia – Informing an Ethics of Care in the University'.

Boaventura de Sousa Santos era atualmente diretor emérito do CES e Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa, enquanto Bruno Sena Martins é investigador.

O sociólogo e professor catedrático foi visado num artigo em que de usar o seu poder sobre jovens estudantes e investigadoras para "extrativismo sexual".

As autoras do artigo, a belga Lieselotte Viaene, a portuguesa Catarina Laranjeiro e a norte-americana Myie Nadya Tom, estiveram no CES como, respetivamente, investigadora de pós-doutoramento (com uma bolsa Marie Curie) e estudantes de doutoramento.

As agora ex-alunas do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra alegam terem sido vítimas de assédio sexual e moral. As investigadoras, uma portuguesa e duas estrangeiras, relatam através da obra os episódios vividos, desde toques nos joelhos a convites como troca de ajuda académica. O artigo do livro acusa também a instituição de silenciamento e cumplicidade.

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