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​Em estreia no Porto. Cantor Leo Bianchini celebra as independências do Brasil

29 out, 2022 - 14:30 • Núria Melo

Em vésperas de eleições brasileiras, o cantor, compositor e ativista brasileiro apresenta um grito do Ipiranga dos 200 anos de independência do Brasil e 100 anos da independência artística.

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"Ouviram do Abaporu”, do cantor brasileiro Leo Bianchini, estreia este sábado no Coliseu Porto Ageas.

Um espetáculo sobre os 200 anos de independência do Brasil e os 100 anos da independência artística. “Não é por acaso que as datas coincidem historicamente”, repara o compositor.

O espetáculo conta com uma narrativa histórica através das canções, pensadas e colocadas em palco por Leo Bianchini e Naira Marcatto.

Os artistas juntaram no título o grito da independência como é cantado no Hino do Brasil, “Ouviram do Ipiranga, às margens plácidas”, e “Abaporu”, uma pintura a óleo da artista brasileira Tarsila do Amaral que marca, em 1922, a independência artística no Brasil.

“Não é só histórico do ponto de vista temporal, é sim uma visão do panorama da cultura brasileira ao longo dos anos”, afirma Leo.

O espetáculo acontece, segundo Leo Bianchini, na véspera do “dia mais importante da década ou do século para o Brasil”.

“O Brasil vive hoje uma situação de perda dos direitos democráticos, sociais e humanitários muito grave”, reforça o compositor.

Com uma lista de músicas icónicas do repertório brasileiro, Leo Bianchini interpreta clássicos como "Chiclete com Banana", de Jackson Pandeiro, "Tropicália", de Caetano Veloso ou "Canto das Três Raças", de Paulo César Pinheiro.

Um espetáulo que passa ainda por referências do artista como "Nos Barracos da Cidade", de Gilberto Gil e Liminha, e "Carinhoso", composta por Pixinguinha entre 1916 e 1917. O espetáculo inclui também originais de Leo Bianchini.

A música e a cultura brasileira foram criadas sobre uma sociedade marcada por desigualdades, explica e por isso o cantor quis trazer para este espetáculo “um olhar de luta e de concentração, falando muito da realidade dos negros, dos Índios, das classes minoritárias e marginalizadas”.

Mas não só, diz o artista, “ao mesmo tempo o Brasil é sinónimo de muita alegria, tem um grande sentido de humor, samba, bossa nova e tem muitas visões verdadeiras da maravilha que é e ainda existe”.

Quem for esta tarde ao coliseu pode encontrar um Brasil com “tudo o que envolve essa sociedade excêntrica, problemática e maravilhosa”, enumera o artista.

Com estreia no Coliseu Porto Ageas “Ouviram do Abaporu” é violão e voz acompanhado de vídeo com a direção e guião da cantora e investigadora Naira Marcatto, que traz as raízes do Brasil até Portugal.

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