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Morreu o DJ Magazino

09 dez, 2021 - 15:21 • Redação, com Lusa

Luís Costa lutava há dois anos contra uma leucemia.

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O artista português Luís Costa, conhecido como DJ Magazino, morreu esta quinta-feira, após dois anos a lutar contra uma leucemia.

A notícia foi avançada à agência Lusa por fonte próxima da família. DJ Magazino faleceu aos 44 anos.

Luís Costa nasceu em Setúbal, em 1977, cidade onde aos 17 anos começou a carreira de DJ, que acabou por o levar a vários palcos internacionais.

Em dezembro de 2019, foi diagnosticado com uma leucemia e ao longo últimos dois anos foi partilhando, através da rede social Instagram, a luta que travou “pela vida”, como o próprio referiu.

A carreira de Magazino começou em 5 de março de 1995, no Clubissimo, em Setúbal. Começou por se apresentar como DJ Del Costa e só mais tarde, nos anos em que viveu em Barcelona, é que adotou Magazino.

A escolha do nome – inspirado na palavra magazine (ou revista, em inglês) - derivou da vontade em querer estar sempre bem informado.

“Eu lia muito, todos os dias – tinha esse vício. Lia o Herald Tribune, o Le Figaro, o Le Monde, o El Pais, a Folha de São Paulo, lia muitos jornais, de grandes países, porque queria estar sempre informado, como na música. Achei que Magazino era um nome fixe, porque estava em constante novidade. É daí que vem o nome”, como contou na biografia “Ao vivo”, que publicou em outubro passado, coassinada com a jornalista Ana Ventura.

Antes de começar a carreira na música, Luís Costa queria ser futebolista. Como recorda na biografia, tinha o sonho de ser jogador de futebol e entrou com 10 anos no Vitória de Setúbal, clube que considerou “muito importante” na sua formação, por ter sido ali que aprendeu “valores de entreajuda, de companheirismo, de não ‘chibar’”.

Mas a música acabaria por levar a melhor, depois de se estrear no Clubissimo, num percurso na música eletrónica que durou 25 anos enquanto DJ e, a partir do final dos anos 2000, como elemento da editora e promotora Bloop Recordings, da qual se tornou sócio.

O diagnóstico de leucemia, em dezembro de 2019, chegou numa altura em que Magazino estava constantemente a viajar em trabalho.

“Tocava na sexta-feira em Londres, sábado em Marrocos, na semana seguinte no Brasil, na Argentina, na semana a seguir na Alemanha, depois em Angola. É o sonho de milhares de miúdos por esse mundo fora e eu consegui atingir esse patamar de viver só de tocar discos, mas já fazia aquilo de uma forma mecânica, chegava a segunda-feira cansado, só pensava que tinha três dias para descansar para depois voltar a ir em aviões por esse fim de semana fora”, recordou, em entrevista à Lusa, quando lançou a biografia.

No livro, dedica um dos capítulos à luta que travou “pela vida” nos últimos dois anos, que incluiu vários tratamentos, operações cirúrgicas, terapias holísticas e mais de 30 dias em coma, na sequência de ter ficado infetado com covid-19 no Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa.

Com a biografia, Magazino quis “ajudar pessoas” que estejam “a passar pelo mesmo problema [um cancro] ou que tenham alguém na família a passar por um problema idêntico” e chegar aos “que julgam ter problemas e que, no fundo, percebem que, afinal, não têm nada de que se queixar”, como contou à Lusa.

Perante a doença, Magazino admitiu mudanças na forma de encarar as coisas: “Se voltar a tocar, e acredito que vou voltar a tocar de forma regular, vou dar muito mais valor e sentir muito mais emoção a fazer aquilo que fazia. […] O cancro curou-me nisso. Eu estava quase morto por dentro, não tinha chama. E agora sinto essa chama que não sentia antes”.

Magazino atuou pela última vez a 16 de outubro deste ano. Foi numa das festas da Bloop Recordings, na Piscina Olímpica do Restelo, em Lisboa, que se despediu dos ‘pratos’, ao fim de quase dois anos sem ‘passar som’.

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