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Marcelo lamenta morte de Fernando Echevarría, um poeta "sui generis"

05 out, 2021 - 19:37 • Lusa

Nascido em Espanha e radicado em Portugal, Fernando Echevarría morreu esta terça-feira aos 92 anos.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou, esta terça-feira, a morte do poeta do "pensamento, do estudo, do conhecimento, do recolhimento" Fernando Echevarría, um autor "sui generis" na literatura e um "poeta para poetas".

O poeta, nascido em Espanha e radicado em Portugal, morreu aos 92 anos, confirmou esta terça-feira a mulher, Flor Campino, numa publicação na rede social Facebook.

"As coordenadas decisivas da poesia de Fernando Echevarría estão definidas logo no título de alguns dos seus livros, como 'Introdução à Filosofia' ou 'Fenomenologia: era um poeta do pensamento, do estudo, do conhecimento, do recolhimento, com grande abertura ao enigmático e ao metafísico", refere Marcelo Rebelo de Sousa numa publicação na página oficial da Presidência da República.

O chefe de Estado envia as sentidas condolências à família de Fernando Echevarría.

As características do poeta que nasceu na Cantábria, em 1929, filho de pai português e mãe espanhola, "tornaram-no um autor 'sui generis'" na literatura, "em grande medida um 'poeta para poetas', mesmo que em termos formais e de mundividência não se assemelhasse aos seus contemporâneos".

"Ainda que pouco falasse disso, foi também um combatente político", lembra ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

Fernando Echevarría nasceu em Cabezón de la Sal, na província espanhola de Santander, na Cantábria, em 26 de fevereiro 1929, e mudou-se para Portugal em 1953, depois de cursar Humanidades, Filosofia e Teologia, em Espanha.

A partir de 1961, por razões políticas, esteve exilado em Argel (Argélia) e Paris (França), onde fixou residência, em 1966.

A carreira e vida de Fernando Echevarría


Fernando Echevarría regressou a Portugal na década de 1980, tendo-se instalado no Porto.

A sua primeira publicação, "Entre dois anjos", data de 1956. Seguiram-se "Tréguas para o Amor", em 1958, e "Sobre as horas", em 1963.

Ao longo da carreira publicou mais de duas dezenas de livros, estando a sua obra poética reunida em "Obra Inacabada", da Edições Afrontamento, a sua editora.

O poeta recebeu vários prémios ao longo da vida, como o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1981, 1991 e 2009), o Grande Prémio de Poesia do P.E.N. Clube Português (1982 e 1999), o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, entre outros.

Em 2007, o então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, condecorou-o com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Em 2019, foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultural, do Governo português.

Na cerimónia em que recebeu a distinção, em 26 de fevereiro desse ano, no Porto, disse que a sua poesia tem como "destinatário direto o povo".

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