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Casa da Música e Teatro Nacional de São João reabrem a 1 de junho

20 mai, 2020 - 10:05 • Redação com Lusa

A casa de espetáculos retoma atividade com limitações. Para já, o teatro reabre as portas. Espetáculos regressam em agosto.

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A Casa da Música, no Porto, vai retomar os concertos a 1 de junho, apenas numa Sala Suggia de lotação limitada, com uma programação redesenhada para se adequar ao momento atual e entradas livres todo o mês.

Em declarações à Lusa, o diretor artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco, explicou que, apesar de ainda não haver regras claras da parte do Ministério da Cultura, a Casa da Música optou “pelas medidas mais restritivas”. Estas implicam uma “redução drástica da lotação da sala”, uma obrigatoriedade do uso de máscara, dois metros de distanciamento social e material de desinfeção pelo espaço da instituição.

Ao nível dos músicos, há limitações no que diz respeito ao número permitido em palco, para cumprir as normas de distanciamento social, e ainda restrições ao nível dos intérpretes estrangeiros, que podem não conseguir deslocar-se até ao Porto. Esta e outras razões levam a que a programação tenha sido refeita.

“Por respeito aos nossos assinantes e ao público, decidimos fazer entrada livre”, afirmou António Jorge Pacheco, que salientou que não poderão estar em palco mais de 30 a 32 músicos em simultâneo.

Músicos "cheios de vontade" de voltar ao palco


Em relação ao público, a lotação da Sala Suggia, que tem capacidade para mais de 1.200 pessoas, “não vai ultrapassar muito as 200”, com a distância de dois metros para os demais espectadores. Haverá exceções para quem partilhe residência.

“Muitos [músicos] querem tocar, estão confinados e cheios de vontade de tocar e eles próprios manifestaram essa vontade, e, por outro lado, dar um sinal à comunidade que nos rodeia, que nos ajuda, de que a Casa da Música está aqui para eles”, afirmou o diretor artístico da instituição, salientando que o essencial é que seja mantida a segurança de todos.

Questionado sobre se este modelo será seguido apenas em junho ou mais além, António Jorge Pacheco não quis fazer “futurologia”. Contudo, reconheceu que, por exemplo, os habituais concertos ao ar livre durante o verão não deverão acontecer, incluindo os Concertos na Avenida dos Aliados, que ocorrem normalmente em setembro.

“Vai ser uma machadada no nosso setor, todos vamos sentir isto de forma muito dura. Nós, como entidade que tem obrigação de manter um serviço público, e é para isso que o Estado nos apoia, garantindo a segurança das pessoas, vamos tentar ter música ao vivo nas condições que pudermos”, afirmou o responsável.

TNSJ e outros reabrem ao público a 1 de junho


Também no Porto, o Teatro Nacional São João (TNSJ), o Teatro Carlos Alberto (TeCA) e o Mosteiro de São Bento da Vitória reabrem, igualmente, a 1 de junho. Os espetáculos regressam a 6 de agosto, anunciou o TNSJ, esta quarta-feira.

“O regresso dos espetáculos aos palcos – que se reflete na antecipação, em cerca de um mês, do que seria o arranque 'normal' da temporada 2020/2021 – acontece a 6 de agosto, com a estreia da peça 'O Burguês Fidalgo', que ficará em cena até dia 23 desse mês, no TeCA”, esclarece o TNSJ. O TeCA está sob a alçada do TNSJ, assim como o Mosteiro de São Bento da Vitória.

A produção própria "Castro", com encenação de Nuno Cardoso, será apresentada no Teatro São João a partir de 20 de agosto, numa temporada que se prolonga até 12 de setembro.

A opção por reatar a atividade de palco com duas peças com carreiras longas, que decorrem em agosto e início de setembro, permitirá ao TNSJ salvaguardar, atempadamente, todas as medidas definidas pelas autoridades de saúde, no que toca ao cumprimento das condições de segurança e proteção do público, dos artistas e dos colaboradores.

Aposta no digital com "Castro"


Todas as coproduções nacionais do TNSJ que estavam agendadas entre março e julho de 2020 foram integradas na temporada 2020/2021. Foi dada prioridade ao tecido teatral do Porto e do país. Até agosto, a aposta nos conteúdos digitais vai continuar.

A peça "Castro", a partir do clássico do humanista português António Ferreira, irá permanecer no TNSJ, depois de se ter estreado no início de março, num palco afastado da Casa que a fez “nascer”. Integrando a estratégia de descentralização, "Castro" apresentou-se pela primeira vez no Teatro Aveirense, mas no contexto do centenário do São João.

Durante o período de confinamento, o espetáculo tornou-se uma peça fundamental na programação digital que chegou à casa de todos: foi disponibilizada "online" no Dia Mundial do Teatro, deixou-se observar num ensaio aberto, que contou com uma conversa com os atores e o encenador Nuno Cardoso, dando ainda mote para uma oficina da técnica Clown.

A 20 de agosto a peça vai regressar ao lugar que mais lhe pertence, o palco “físico”. Ficará em cena no TNSJ até 12 de setembro. O preço dos bilhetes varia entre os 7,5 e os 16 euros.

[notícia corrigida - peça "Castro" e não "Amor de Pedro e Inês", como inicialmente foi referido]

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