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Ad Limina

"Os imigrantes têm de ser bem acolhidos"; reafirma Papa Francisco

24 mai, 2024 - 12:57 • Ana Catarina André , Henrique Cunha , João Malheiro

Desafios sociais e jovens também foram tema da audiência do Papa com os bispos portugueses. Francisco insistiu na necessidade de se acolher bem os migrantes e instou os bispos a prosseguir trabalho no combate aos abusos de menores.

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O Papa Francisco abordou, no encontro com os bispos portugueses a sua preocupação relativamente a “uma sociedade envelhecida, que não tem crianças e que precisa dos imigrantes”. “Os imigrantes têm de ser acolhidos, têm de ser inseridos, têm de ser cuidados, porque vêm fragilizados e por isso têm de ser objeto de uma atenção especial da sociedade e em particular da Igreja”, adiantou D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), após a audiência.

Na reunião de cerca de duas horas, o Papa Francisco pediu aos bispos portugueses que prossigam o trabalho iniciado no combate aos abusos na Igreja em Portugal.

O tema esteve presente na audiência desta sexta-feira, em Roma, que o Papa concedeu aos bispos portugueses, no final da visita Ad Limina.

No final do encontro, à Renascença, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse que o Papa "está a seguir" o tema dos abusos e que os bispos portugueses agradeceram a forma como a Santa Sé está a acompanhar o assunto.

"Foi um tema, porque o Papa está a segui-lo. Expus o que estamos a fazer e agradeci o contributo que tem dado", conta D. José Ornelas.

O presidente da CEP revelou também que o Papa voltou a mostrar-se preocupado com o acolhimento de imigrantes.

Francisco pediu uma distinção especial " da sociedade e da Igreja" para os migrantes que são muito necessários "numa sociedade envelhecida" como é a europeia.

"Os migrantes têm de ser inseridos, têm de ser cuidados, porque vêm fragilizados. Têm de ser objeto de uma apreciação especial da sociedade e da Igreja", defende.

Também D. Américo Aguiar adiantou, à Renascença, que o Papa centrou-se na sua experiência com migrantes e no que é necessário fazer no acolhimento e integração destas pessoas.

O cardeal relata que Francisco foi "realista" no que toca à sua própria experiência pessoal e da Argentina e "foi muito focado naquilo que é necessário fazermos como Igreja, como Humanidade".

E, precisamente, a sinodalidade e os jovens também dominaram parte da conversa. Segundo D. José Ornelas, o Papa apontou que é importante "pôr os jovens a fazer".

D. Américo Aguiar diz que estes temas e "todas as áreas do que é a vida da Igreja e da comunidade geral fizeram eco na coração do Papa".

Durante cerca de duas horas, a diminuição da natalidade na Europa, nomeadamente em Portugal, também esteve presente na conversa, avança o cardeal Américo Aguiar.

Sobre a Jornada Mundial da Juventude e o seu legado para a renovação das estruturas da Igreja em Portugal, o também bispo de Setúbal diz que "há um superavit" que agora não se pode "desbaratar".

D. José Ornelas fez uma avaliação muito positiva da visita Ad Limina, lembrando o "ambiente de acolhimento" vivido durante a semana. Para o Presidente da CEP "está a mudar o paradigma da Igreja".

"Tudo aquilo que foram as partilhas, as provocações que o Papa nos fez, como sublinhou, é que a concretização acontece em cada uma das dioceses", realça, ainda, D. Américo Aguiar.

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