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CANONIZAÇÃO JOSÉ ALLAMANO

Jose Allamano entre os novos santos. "Estávamos à espera deste dia”

23 mai, 2024 - 19:12 • Ângela Roque

Missionários da Consolata celebram anúncio da canonização do seu fundador. À Renascença o responsável pela congregação em Portugal, padre Bernard Obiero, fala da “alegria” com que a decisão do Papa foi recebida esta quinta-feira.

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A Igreja católica vai ter 15 novos Santos, anunciou esta quinta-feira o Vaticano. Um deles é o beato José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata. A notícia foi acolhida com grande entusiasmo em Portugal, onde a congregação marca presença, nomeadamente em territórios socialmente desfavorecidos, sendo também responsável pela edição da revista ’Fátima Missionária’.

O diretor da publicação, e Conselheiro Regional dos Missionários em Portugal, não esconde o entusiamo.“Nós, missionários e toda a família da Consolata, acolhemos a notícia com muita alegria. Estávamos à espera deste dia, esperávamos esta grande notícia desde o início do processo do reconhecimento de milagre atribuído à intercessão do beato José Allamano. Esperávamos com fé e oração”, sublinha o padre Bernard Obiero no testemunho escrito enviado à Renascença.

O sacerdote, de origem queniana, lembra que a canonização vai ser possível depois do Papa Francisco ter aprovado “esta quinta-feira, a publicação do decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão do Beato José Allamano”.

O acontecimento que agora permite que seja proclamado Santo da Igreja, teve lugar há apenas 28 anos, na Amazónia brasileira, onde os missionários estão presentes. “Em 1996, Sorino, com 40 anos de idade, foi atacado por uma onça, o que resultou em danos graves e à exposição de grande parte de seu cérebro (…).Os médicos consideraram que as possibilidades de sobrevivência de Sorino eram ‘extremamente baixas’. Os Missionários e as Missionárias que acompanhavam o caso ‘pediram a intercessão do bem-aventurado José Allamano’. Sorino ‘recuperou-se completamente das suas graves feridas e pôde retornar à sua comunidade em Catrimani, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, para levar uma vida normal’ “.

“O dia que mais esperávamos chegou! Abençoado seja o nosso pai e fundador (…) Falta apenas a comunicação da data deste luminoso evento para a nossa família”, escrevem, numa carta conjunta, os Superiores gerais do ramo masculino e feminino dos Missionários da Consolata, lembrando que no final da sua vida afirmou “estou consolado pelo facto de ter sempre tentado fazer a vontade de Deus”.

Um italiano que queria ser missionário

O padre José Allamano é uma das figuras mais marcantes da Igreja de Turim, na passagem do século XIX para o século XX. Nasceu em Castelnuovo d’Asti, Itália, a 21 de janeiro de 1851 e morreu em Turim, a 16 de fevereiro de 1926.

Foi em Turim que iniciou os estudos no Oratório de Dom Bosco, em 1873 foi ordenado padre na catedral daquela cidade, com apenas 22 anos de idade. Foi professor de Teologia, reitor do Colégio Eclesiástico e do Santuário de Nossa Senhora Consolata, durante 46 anos.

A saúde frágil impediu-o sempre de partir para fora em missão, mas em 1900 decidiu criar um instituto missionário, aprovado no ano seguinte.

Em 1910 fundou outro instituto para as Missões, o das irmãs Missionárias da Consolata, estendendo o trabalho missionário a mais países africanos. Em 1946 partiram para o Brasil e vários outros países da Europa, América e Ásia. Os missionários e as missionárias da Consolata estão hoje presentes em 27 países do mundo, um deles Portugal.

Em 7 de outubro de 1990 a Igreja reconheceu as suas virtudes heróicas, declarando-o Bem-Aventurado.

Não foi ainda anunciada a data para a sua canonização.

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