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Missa Crismal

Bispos pedem empenho, coragem e sinodalidade aos sacerdotes

28 mar, 2024 - 17:33 • Redação

Na manhã de Quinta-feira Santa, os padres das várias dioceses do mundo reúnem-se em volta dos seus bispos, para a celebração da chamada Missa Crismal, em que são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, utilizado na celebração de vários sacramentos.

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O bispo de Bragança-Miranda apelou, nesta Quinta-Feira Santa, ao “empenhamento decidido e decisivo” de todos os sacerdotes e das comunidades católicas na pastoral das vocações. “A nossa Missão é clara e comprometida com a humanidade, comprometida com os mais frágeis e esquecidos, com últimos entre os últimos da humanidade. Os jovens, mais audazes e sedentos da bondade da humanidade, diante desta oferta vocacional não podem ficar indiferentes”, afirmou D. Nuno Almeida na homilia da Missa Crismal na Catedral de Bragança, a primeira a que presidiu como bispo titular da diocese.

Por sua vez, o bispo de Vila Real convidou os padres da diocese a aderir ao estilo “sinodal” proposto pelo Papa, para promover uma “profunda renovação” na Igreja. “Um estilo que promove a corresponsabilidade com os leigos, tendo em conta a realidade concreta das várias comunidades, grupos e organismos eclesiais. Um estilo que valoriza e reforça a comunhão com o bispo e com os demais presbíteros e a relação com os outros ministérios e carismas”, sublinhou D. António Augusto Azevedo na sua homilia da Missa Crismal.

O bispo de Viana do Castelo sublinhou hoje a importância da “formação permanente” na vida dos sacerdotes. “Certamente reconheceis a dor de um bispo quando há presbíteros que não se julgam necessitados desta formação permanente ou que a dispensam. Por isso, permitam-me que exorte a todos os presbíteros da nossa diocese a que tudo façam para que a formação permanente, retidos e aprofundamento teológico – pastoral, seja assumida e participada responsavelmente”, afirmou D. João Lavrador, na homilia da celebração na Sé de Viana. O responsável católico convidou os participantes a “fortalecer a comunhão presbiteral” e com os membros da sua comunidade.

No Porto, D. Manuel Linda alertou que o “poder só gerou clericalismo e o seu consequente anticlericalismo”. Considerou também que a Igreja sinodal é uma “Igreja em caminho e em comunhão, não está parada, a olhar para trás ou à espera de melhores oportunidades, a condenar mais do que a dialogar”. Na sua homilia da Missa Crismal realçou, também, a “alegria indescritível” de se ter lançado “oficialmente, as obras de um Seminário primaveril para um tempo que também vai ser novo”.

O bispo de Viseu assinalou que o “verdadeiro segredo dos sucessos pastorais” não está nos bens materiais, económicos, financeiros, sociais e técnicos, mas veem da “santidade de vida espiritual dos fiéis, dos pastores, do testemunho dos consagrados e do exemplo dos leigos”, da santidade do povo de Deus “em caminho sinodal em direção para a casa do Pai”.

Já o bispo de Santarém pediu aos padres que promovam o perdão e a correção fraterna e alertou que a vida tem “dissabores” e “crises”, e que as comunidades “não” são perfeitas. “Muitos gostariam que o seu percurso acontecesse sem crises, sem dissabores ou então que as nossas paróquias fossem comunidades perfeitas, mas a vida ensina-nos que não é assim, e é certamente por isso que Deus nos chamou e consagrou”, disse D. José Traquina, na homilia da Missa Crismal na Sé de Santarém.

A correção fraterna é a “solução” apontada pelo Evangelho para as situações em que “não se procedeu corretamente” e a sua prática, “entre nós clérigos, dá-nos autoridade para a pedir aos cristãos leigos”, frisou ainda.

No Algarve, o bispo incentivou à “oração como bem de primeira necessidade”, perante “conflitos e tantos sofrimentos”. Ao clero, D. Manuel Quintas manifestou reconhecimento “pela sua dedicação”. Aos jovens disse a Igreja diocesana precisa deles e da sua “participação, criatividade e generosidade”.

No contexto de preparação para o Ano Santo 2025 e da segunda sessão do Sínodo dos Bispos sobre sinodalidade, apelou ao empenho de todos “em promover e percorrer o caminho sinodal”.

O bispo de Aveiro refletiu com os sacerdotes sobre a “caminhada em Igreja” que estão a fazer na diocese, o jubileu da Sé, e lembrou que “a messe é grande e os trabalhadores são poucos”. D. António Moiteiro incentivou à “renovação das comunidades cristãs”, para que “ganhem maior consciência evangelizadora”.

O bispo de Leiria-Fátima lembrou, na sua homília, que estamos “num tempo especialmente desafiador e suscitador de esperança”. D. José Ornelas refletiu sobre o significado do sacerdócio na Igreja Católica, e destacou a importância da conversão pastoral, que a Diocese está a discutir para “renovar a vida das nossas comunidades”, e que exige um “retorno às raízes da fé”, através da leitura da Palavra, da oração e da contemplação.

Na Madeira, D. Nuno Brás pediu que os padres sejam “mestres da oração”, capazes de “ajudar a rezar”. O bispo do Funchal lembrou que “o povo de Deus não necessita de professores de oração, que verifiquem se ela é ou não realizada segundo as normas. Mas necessita de mestres”. “De nós, o povo espera a atitude do sábio que ilumina, conduz, acompanha”, referiu D. Nuno Brás, na homilia da celebração, citada pela Agência ECCLESIA.

E em Setúbal, o cardeal D. Américo Aguiar agradeceu “por cada um" dos sacerdotes que "no dia a dia das nossas 57 paróquias e de outras realidades eclesiais" são "presença de Cristo junto dos cerca de 900.000 homens e mulheres de boa vontade a quem queremos anunciar a Boa Nova da Salvação… a quem queremos fazer chegar o perfume da alegria desta boa notícia: Cristo Vive, ama-nos e quer salvar-nos, salvar-me”.

Na celebração, que segundo informação da diocese enviada à Renascença, contou “com a quase totalidade dos sacerdotes, assim como um grande número de fiéis que encheram por completo a Sé”, D. Américo lembrou que “este é o tempo de nos darmos por inteiro ao povo que nos está confiado e de nos darmos uns aos outros como irmãos”.

O arcebispo de Évora disse aos padres que “não sendo um exclusivo dos pastores, a Pastoral não subsiste sem pastores”, e que há dimensões eclesiais em que “os presbíteros não poderão ser dispensados”. É o caso "do acompanhamento espiritual, da celebração da Eucaristia que edifica a Igreja e dos Sacramentos do perdão e da cura: a Reconciliação e a Santa Unção”, explicou D. Francisco Senra Coelho, que lembrou que "o que padre recebe no Sacramento tem de se tornar visível na vida. Na missão, a competºencia é muito, mas a vivência é tudo".

Em Beja, na sua última celebração da Missa Crismal como bispo titular da diocese – e com o novo bispo nomeado, D. Fernando Paiva, presente na celebração -, D. João Marcos lembrou aos presbíteros e diáconos presentes a importância de estarem “em comunhão” com o responsável pela diocese,, e nada façam nas paróquias, sem a sua aprovação ou, pelo menos, sem o seu conhecimento”, e pediu que deem uma atenção especial à “pregação, pois ela suscita e alimenta a fé cristã” nas comunidades.

“É inevitável que nos interroguemos: Como é a nossa pregação? Como anunciamos o Evangelho? Que conteúdos têm as palavras que saem da nossa boca? Como são escutadas pelos ouvintes?”, perguntou.

“Nem todos os que têm a missão de pregar têm o dom da Palavra. Mas, na Igreja, existe uma variedade de carismas que se completam. De outro modo, como poderemos encontrar trigo em terras onde, tantas vezes, apenas foi semeado joio?”, afirmou.

O Bispo de Angra convidou os sacerdotes a renovarem as promessas tendo como exemplo os “olhares que Jesus dirige aos seus”.

Na Missa Crismal que juntou Mais de três dezenas de sacerdotes das ilhas de São Miguel e de Santa Maria e que renovaram as suas promessas sacerdotais na Igreja Matriz de São Sebastião, D. Armando Esteves Domingues lembrou que é um tempo difícil para todos, porque são poucos os sacerdotes, e para além disso temos “os olhares virados para nós e não só na pregação, mas também no nosso estilo de vida”.

De acordo com informação disponibilizada pelo site Igreja Açores, na celebração participaram dois dos sete sacerdotes que completam os seus jubileus este ano: os padres Francisco Zanom, brasileiro, mas que serve na diocese há já vários anos e que foi ordenado há 25 anos e o padre António Rego, sacerdote diocesano, ordenado há 60 anos e que serviu sobretudo a Igreja na área da comunicação.

Na manhã de Quinta-feira Santa, os padres das várias dioceses do mundo reúnem-se em volta dos seus bispos, para a celebração da chamada Missa Crismal, em que são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, utilizado na celebração de vários sacramentos.

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