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D. José Ornelas não concorda com opinião de Marcelo, mas respeita

12 mar, 2023 - 20:13 • Redação

D. José Ornelas aponta que a Igreja está a "tomar providências", dando prioridade às vítimas.

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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) diz que não concorda com a opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, que demonstrou deceção com a reação de algumas dioceses ao relatório da Comissão Independente sobre abusos na Igreja.

D. José Ornelas diz, contudo, respeitar a opinião do Presidente da República e garante que a Igreja não quer ocultar nenhum caso.

"Respeito muito o Presidente da República, respeito a opinião dele. Não concordo, mas respeito", afirma, à RTP.

D. José Ornelas aponta que a Igreja está a "tomar providências", dando prioridade às vítimas.

"Ninguém quer encobrir nada", assegura, ainda, o presidente da CEP.

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  • José J C Cruz Pinto
    13 mar, 2023 ILHAVO 11:12
    Não, não está nada a dar prioridade às vítimas. Se estivesse, daria prioridade à garantia de que, em tudo o que estivesse (e está de facto) ao seu alcance, a repetição do mesmo tipo de crimes pelos mesmos abusadores (dependentes.da Igreja) ficaria impossibilitada ou fortemente limitada. Assim, o que transparece é que continua a ser a sua concepção (erradíssima, aliás) da "imagem da instituição" a sua principal ou única preocupação. Mas como se enganam, infelizmente, pois nada pior poderia acontecer à Igreja Católica Portuguesa (em manifesto contraste com algumas outras e as recomendações expressas do Vaticano) que a sua relutância em reconhecer e reparar todo o mal feito, e as sucessivas manifestações da mais completa confusão (de discurso e até doutrinária), tais como: (1) um bispo a dizer que os abusos não são crimes públicos, e vir semanas depois pedir perdão pelo engano; (2) um outro a "meter os pés pelas mãos" em público em conferência de imprensa sobre o tema, deixando-nos a todos "de boca aberta" e indignados, para no dia seguinte se vir justificar que "não estava nos seus dias", mas vir agora dizer que a prioridade é mesmo resolver o problema e que não há motivos para que alguém se indigne (!); (3) um outro a dizer que suspender preventivamente os abusadores era "muito pouco católico" (!), e vir agora pedir perdão pelo disparate; etc. Que tal se falassem menos (ou, melhor, não dissessem mais nada) e fizessem alguma coisa que se veja e tenha efeito real?

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