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AIS vai reconstruir casas após sismo na Síria. “É o que nos está a pedir a Igreja local”

08 fev, 2023 - 17:53 • Ângela Roque

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre mantém programas de apoio humanitário, com que tem assegurado alimentação e medicamentos à população. Primeira estimativa diz que só em Alepo haverá 600 casas destruídas.

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A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) vai contribuir para a reconstrução da Síria, e já abriu uma campanha com esse fim.

Em declarações à Renascença a partir da Alemanha, onde participou numa reunião do secretariado internacional da AIS, Catarina Martins Bettencourt confirma que essa é a prioridade neste momento, porque muitos dos edifícios que a guerra já tinha danificado, acabaram por ruir com o terramoto.

“Não nos podemos esquecer de que havia muitas famílias cristãs que estavam a viver em casas em que as condições já não eram as ideais. Eram as possíveis, numa zona que está em guerra. Porque a Síria continua em guerra, ainda não terminou. O que acontece agora é que com o terramoto, estas casas que já estavam numa situação estruturalmente débil, muitas acabaram por ruir ou por ficar em situações de inabitabilidade”, avança aquela responsável.

Um enviado da AIS já se deslocou aos locais mais afetados, e confirma que o que é mais urgente é reconstruir as casas.

“É este o apoio que a Igreja nos pede neste momento: é ajudarmos a fazer pequenas reparações nas casas, para que as pessoas possam regressar. Segundo uma primeira estimativa que foi feita, há pelo menos 600 casas neste momento a necessitar de ajuda imediata”, acrescentou.

Quem ficou desalojado tem encontrado abrigo em “igrejas, escolas, hospitais. Todos os espaços que existem estão a acolher famílias que têm receio de voltar para casa com medo das réplicas do sismo, e que a casa possa colapsar”.

Mas é preciso avançar rapidamente com a reconstrução, o que não invalida que continuem com os programas de ajuda humanitária à população síria, com que têm ajudado a manter a comunidade cristã na região.

“Todos os outros programas que temos de apoio à Igreja na Síria continuam, evidentemente, desde a alimentação, do leite para as crianças, da roupa, medicamentos, acrescentando agora este, dada a necessidade do momento”, revela Catarina Martins Bettencourt.

Para a presidente da AIS, “não podemos esquecer, e ontem uma das frases que ouvimos, de uma das irmãs que está no local, foi que 11 anos de guerra são terríveis, mas o que aconteceu naquele minuto de tremor de terra ainda foi mais terrível”.

“Toda esta angústia e incerteza sobre o que se está a passar tornou ainda mais insegura a população, que tem vivido momentos muito difíceis nos últimos anos”, constata.

A campanha solidária pode ser consultada no site da Fundação AIS (https://www.fundacao-ais.pt/pt/), que vai partilhando os testemunhos que vão recebendo da Síria.

Um deles, o do bispo de Homs, que fala no “absoluto desespero e angústia” da população, e pede que se ajude quem já não tinha comida, e agora ficou “sem teto” no meio do “inverno rigoroso”.

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  • Mafalda Daun Lorena
    10 fev, 2023 Lisboa 11:44
    Quero, através da AIS, dar um contributo para a Síria, mais abandonada. Gostava de saber como.

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