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Papa: “Não à corrupção! Digamos todos juntos: não à corrupção!”

02 fev, 2023 - 10:25 • Aura Miguel , enviada à RDC e Henrique Cunha

Francisco encontrou-se com jovens, num estádio de Kinshasa, em clima de festa. “Oração, comunidade, honestidade, perdão e serviço" são, na perspetiva do Papa, os cinco ingredientes fundamentais “para se construir o futuro”.

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Papa e jovens congoleses em uníssono: "Não à corrupção!"
Papa e jovens congoleses em uníssono: "Não à corrupção!"

"Não à corrupção" foi o apelo, o grito deixado esta quinta-feira, em Kinshasa, pelo Papa Francisco, durante um encontro com jovens, no estádio dos Mártires, em Kinshasa.

Em clima de festa, Francisco deixou o convite aos presentes a serem um “campeão da fraternidade”, na luta pela paz e contra a corrupção e o “tribalismo”.

O Papa afirmou que “ninguém na história” pode substituir os jovens e garantiu: “Tu és uma riqueza única, irrepetível e incomparável."

A todos, o Santo Padre pediu para que coloquem as suas mãos “à disposição de Deus e dos outros”.

Num país marcado pela violência em que os jovens são muitas vezes mobilizados e instrumentalizados para a guerra, o Papa sugeriuu “alguns ingredientes para construir o futuro”.

Francisco aponto “cinco” ingredientes que podem ser associados “aos dedos duma mão”, sendo que o polegar “o dedo mais próximo do coração, corresponde a oração”.

Depois “o segundo dedo, o indicador”, disse o Papa que “com ele indicamos algo aos outros”, mas advertiu: “Guardai-vos da tentação de apontar o dedo contra alguém, de excluir o outro por ser de origem diferente da vossa; guardai-vos do regionalismo, do tribalismo, que parecem reforçar-vos no vosso grupo quando, pelo contrário, representam a negação da comunidade. Sabeis como acontece: primeiro, crê-se nos preconceitos sobre os outros, depois justifica-se o ódio e em seguida a violência, no fim encontramo-nos no meio da guerra."

A seguir, o Papa lembrou a necessidade de interação pessoal, pois “o mundo virtual não é suficiente, não nos podemos contentar em interagir com pessoas distantes ou mesmo falsas”.

“A vida real não se toca com um dedo no ecrã. Nada e ninguém pode substituir a força de estar juntos”, afirmou.

Entre os ingredientes para construir o futuro, Francisco diz elegeu em terceiro lugar “a honestidade” que associa ao dedo médio. “Ser cristão é testemunhar Cristo”, o que “significa não se deixar enredar nos laços da corrupção”.

“Se alguém te entregar um envelope prometendo favores e riquezas, não caias na armadilha, não te deixes enganar, não te deixes engolir pelo pântano do mal”, exortou.

Francisco associa o quarto dedo - o anelar- ao perdão e adianta que para “criar um futuro novo, precisamos de dar e receber o perdão”.

E chegados ao último dedo – o mindinho – o Santo Padre falou do serviço, lembrando que “quem serve, faz-se pequenino”.

“Oração, comunidade, honestidade, perdão e serviço" são, na perspetiva papal, os cinco ingredientes fundamentais “para se construir o futuro”.

Num discurso muitas vezes interrompido por cânticos, o Papa fez também questão de pedir um minuto de silêncio para sublinhar a importância do perdão, porque “quem perdoa constrói o futuro”.

O momento alto ocorreu quando Francisco desafiou os jovens presentes a gritar “não à corrupção”. Foi um instante de particular interação com o Papa a sublinhar que “honestidade e corrupção não casam”.

“Por vezes, ouvimos dizer aquele é uma boa pessoa, trabalha bem, mas é corrupto. Ambas as situações não casam”, sublinhou.

“Não à corrupção. Digamos todos juntos: Não à corrupção”, proclamou o Papa, num apelo a que a multidão juntou a sua voz.

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