El País revela 50 novos casos de pedofilia na Igreja espanhola

Uma reportagem do jornal El País publicada esta sexta-feira dá conta de 50 novos suspeitas de pedofilia na Igreja espanhola, elevando, assim, para 500 o total de casos compilados ao longo de um ano por aquele jornal.

O diário espanhol adianta que já entregou o seu relatório à Conferência Episcopal e ao Provedor de Justiça, especificando que inclui 79 testemunhos com acusações contra 70 padres, religiosos e leigos de instituições religiosas, dos quais 50 nomes eram, até agora, desconhecidos.

O diário lançou a sua própria investigação em 2018 e este é já o terceiro relatório que produz sobre abusos sexuais cometidos por pessoas ligadas à Igreja Católica.

O novo documento contabiliza 103 vítimas, elevando o total de casos compilados para 500. A estes acrescem os 146 revelados entre 2018 e dezembro de 2021 e os 260 divulgados por outros meios, pela própria Igreja ou pelos tribunais desde 1985, destacando-se o total de 906 casos com 1.713 vítimas.

O relatório compila vários tipos de abusos, desde toques até violação. Já a idade das vítimas varia entre os quatro e os 17 anos, embora a média mais comum seja entre os 10 e os 14 anos.

Na sua maioria (quase 97% dos casos), as vítimas são homens. O caso mais antigo remonta a 1955 e o mais recente a 2002. Todos os casos já prescreveram.

Segundo a publicação, 80% das acusações dizem respeito a ordens religiosas. Apenas 14 casos envolvem clérigos de 12 dioceses: Barcelona, Ciudad Real, Zaragoza, Tarazona, Tenerife, Teruel, Zamora, Plasencia, Ourense, Orihuela-Alicante, Málaga e Jaén.

Por província, o relatório inclui 131 acusações na Catalunha, 101 casos na província de Barcelona, 16 em Tarragona, oito em Lérida e seis em Girona.

A Igreja Católica espanhola anunciou, em março este ano, que foram registados mais de 500 casos de abuso sexual de menores ocorridos na instituição e expressou o desejo de encontrar a “verdade”.

No mesmo mês, o Congresso espanhol aprovou a criação de uma comissão independente de especialistas para realizar a primeira investigação oficial no país sobre a pedofilia na Igreja.