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“Trago dentro de mim a dor" dos ucranianos, assume Francisco

12 out, 2022 - 09:50 • Aura Miguel

Na audiência geral implorou a Deus “para que possa transformar o coração de todos os que detêm as sortes da guerra, para que parem a violência e se possa reconstruir uma convivência pacífica na justiça".

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Esta manhã, na Praça de São Pedro, o Papa fez mais um apelo aos responsáveis para porem fim à violência na Ucrânia. No final da audiência geral, Francisco solidarizou-se com as populações mais afetadas pelos bombardeamentos.

“Nestes dias, o meu coração está sempre virado para o povo ucraniano, especialmente para os habitantes das localidades sobre as quais se concentram os bombardeamentos”, disse no final do resumo da catequese, em várias línguas.

“Trago dentro de mim a sua dor e, por intercessão da Santa Mãe de Deus, apresento-os ao Senhor, na oração”, acrescentou.

O Papa implorou a Deus “para que possa transformar o coração de todos os que detêm as sortes da guerra, para que parem a violência e se possa reconstruir uma convivência pacífica na justiça".

A máxima liberdade pode atrofiar o desejo

O tema da catequese desta quarta-feira foi dedicado ao “desejo” que, na sua raiz, “é uma nostalgia de plenitude que nunca encontra completa realização, e é o sinal da presença de Deus em nós”.

Francisco explicou que o desejo “não é a vontade do momento” mas sim “a bússola para compreender onde estou e para onde vou”.

Muitas vezes, é precisamente o desejo que faz a diferença entre um projeto de sucesso, coerente e duradouro, e os milhares de veleidades e tantos bons propósitos em que nos enredamos.

“A época em que vivemos parece favorecer a máxima liberdade de escolha, mas ao mesmo tempo atrofia o desejo, reduzido principalmente à vontade do momento. Somos bombardeados por mil propostas, projetos e possibilidades, que correm o risco de nos distrair e de não nos permitir avaliar com calma o que realmente queremos”, explica o Papa.

Face à insegurança de muitos, sobre o que querem da própria vida, Francisco alerta para “o risco de se passar a existência entre tentativas e expedientes de vários tipos, sem nunca chegar a lado algum, desperdiçando oportunidades preciosas”.

E porque muitas pessoas sofrem, sem saberem o que querem da vida e ficam-se pelas boas intenções, Francisco concluiu a sua catequese sobre o desejo com uma pergunta baseada num episódio evangélico: “Se hoje o Senhor nos dirigisse a pergunta que fez ao cego de Jericó: «Que queres que te faça?» (Mc 10, 51), como responderíamos? Talvez finalmente pudéssemos pedir-lhe que nos ajude a conhecer o profundo desejo d’Ele que o próprio Deus colocou no nosso coração. E conceder-nos a força para o realizar”.

Durante a catequese aos peregrinos de língua alemã, Francisco não esqueceu Fátima.

“Que a Virgem Maria, cujas aparições em Fátima lembraremos amanhã (13 outubro), seja nosso guia no caminho da conversão contínua e penitência para encontrar Cristo, o sol da justiça. Que sua luz suave nos liberte de todo o mal e dissipe a escuridão deste mundo atormentado por guerras”, disse.

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