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Abusos na Igreja. D. Jos​é Ornelas investigado pelo Ministério Público por alegada “comparticipação em encobrimento”

01 out, 2022 - 11:22

A denúncia foi recebida pela Presidência da República e remetida à Procuradoria-Geral da República, confirmou à Renascença o chefe da Casa Civil. “O Presidente da CEP declara todo o seu interesse em que qualquer caso pendente seja investigado e esclarecido, declarando-se disponível para toda a colaboração a fim de que esse objetivo seja conhecido", indica comunicado da Conferência Episcopal.

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A Presidência da República confirmou, esta manhã, à Renascença que recebeu uma denúncia visando D. José Ornelas. De acordo com jornal "Público" deste sábado, o bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) está a ser investigado pelo Ministério Público por alegada “comparticipação em encobrimento” de casos de abusos sexuais.

De acordo com o diário, a denúncia refere-se a um caso de 2011 e envolve crianças acolhidas num orfanato dirigido pelo padre dehoniano Luciano Cominotti, na província moçambicana da Zambézia. Na altura, perante os relatos de um aluno sobre alegadas situações de abuso contra crianças, no Centro Polivalente Leão Dehon, o professor português João Oliveira contactou D. José Ornelas, então superior geral da congregação.

Ao "Público", o atual bispo de Leiria Fátima garantiu que, perante a denúncia feita pelo docente, cumpriu “com toda a sinceridade com os procedimentos adequados”.

“Não tenho conhecimento formal dessa denúncia. Não sinto que tenha existido negligência da minha parte”, afirmou.

A Presidência da República confirmou à Renascença que, perante a queixa apresentada pelo professor João Oliveira, remeteu a mesma à Procuradoria-Geral da República - como sempre faz em casos semelhantes, adiantou ainda o chefe da Casa Civil da Presidência da República, Fernando Frutuoso.

Além da situação alegadamente ocorrida em Moçambique, o jornal "Público" escreve ainda que a denúncia recebida plas autoridades portuguesas refere uma outra situação em Portugal, sem adiantar qualquer outra informação.

Por sua vez, em resposta à Renascença, o Ministério Público indica que “confirma-se a receção de participação provinda da Presidência da República” e que “a mesma foi transmitida ao Ministério Público de Braga e ao DIAP de Lisboa para análise”.

Contactada pela Renascença, a Província Portuguesa dos Dehonianos diz desconhecer de que caso se trata, reafirma total disponibilidade para colaborar com a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica e com as autoridades. A congregação diz ainda rever-se nas declarações de D. José Ornelas.
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  • Ivo Pestana
    01 out, 2022 Funchal 10:51
    A Igreja é uma corporativa e não é isso que Deus quer. Deus é a Verdade, a Justiça, logo os crimes são para serem julgados e assim haver, ao menos, Justiça aos injustiçados. Deus vê tudo...

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