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Visita ao Canadá

Francisco dedica os dois primeiros discursos aos indígenas

25 jul, 2022 - 06:33 • Aura Miguel

Francisco desembarcou no Canadá domingo para iniciar uma viagem de seis dias em que o foco estará no pedido de desculpas em nome da Igreja pelo abuso que as crianças indígenas sofreram nas escolas.

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O primeiro dos seis dias de viagem do Papa ao Canadá será totalmente dedicado às populações indígenas.

Logo de manhã, Francisco desloca-se a Maskwacis (em dialeto índio “a colina do urso”), no coração da província de Alberta. Situada a 70 quilómetros a sul de Edmonton, aqui se encontram várias reservas de tribos indígenas ligadas às “Primeiras Nações” do Canadá Ocidental.

A acolher o Papa vão estar os chefes-anciãos das principais comunidades e depois, ao som dos seus tambores, Francisco dirige-se ao cemitério para rezar em silêncio, sempre acompanhado pelos chefes das tribos.

O primeiro discurso desta viagem será proferido num encontro, pouco depois, num parque de Maskwacis, onde Francisco vai ter honras tradicionais de boas vindas e oportunidade de saudar, um a um, os chefes idosos presentes, não só os que pertencem às “Primeiras Nações”, mas também os dos outros grupos: os Mestiços e os Innuit.

Pela hora do almoço (que em Portugal já é hora de jantar, pela diferença de fuso horário), o Papa regressa à cidade de Edmonton onde, durante a tarde, preside a uma liturgia numa das igrejas mais antigas do Canadá, a Igreja do Sagrado Coração dos Primeiros Povos. E também aqui os indígenas marcam presença, com os seus tambores, cantos, toucados de penas e fatos tradicionais.

No final da celebração, Francisco deverá benzer uma estátua da primeira indígena da América do Norte a ser canonizada, Santa Kateri Tekakwitha, que viveu no séc. XVII, entre 1656 e 1680.

Entre 1881 e 1996, mais de 150.000 crianças indígenas foram separadas das famílias e levadas para escolas residenciais. Muitas crianças passaram fome, foram espancadas e abusadas sexualmente num sistema que a Comissão de Verdade e Reconciliação do Canadá chamou de "genocídio cultural".

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