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Quer fazer uma experiência de Deus? As monjas trapistas de Palaçoulo têm uma proposta

08 jun, 2022 - 07:40 • Olímpia Mairos

O convite é dirigido a jovens e mulheres das 21 dioceses portuguesas com quem as monjas se propõem partilhar a vida monástica, “uma vida cristã, muito radical, muito simples e muito alegre”.

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Chama-se “Verão Vocacional” e quer proporcionar às jovens portuguesas um encontro com Deus. A proposta parte das monjas trapistas do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, Miranda do Douro, que disponibilizam tempo e espaço para acolher mulheres, entre os 18 e 40 anos, para uns dias de férias e de reflexão sobre a vocação.

“É uma iniciativa muito simples, porque agora nós moramos na hospedaria, portanto, disponibilizamos de poucos lugares, poucos quartos, mas é verdade que o sentido do nosso ficar aqui é também encontrar pessoas e falar-lhes de Deus”, conta à Renascença a irmã Giusy Maffini.

A superiora da comunidade monástica explica que, além do “desejo de falarem de Deus”, as monjas desejam “também perceber o desejo e as perguntas, a busca de Deus que habita qualquer coração humano, e partilhar a nossa experiência, o nosso encontro com Deus, a nossa oração, a nossa vida, a nossa comunhão”.

A iniciativa surge em resposta ao “apelo do Papa, na iminência da Jornada Mundial da Juventude, e conscientes do dom que é a vida monástica para a Igreja e para o mundo inteiro e da nossa missão em Portugal”, destaca.

O convite é dirigido às jovens e mulheres das 21 dioceses portuguesas com quem as monjas se propõem partilhar a vida monástica, “uma vida cristã, muito radical, muito simples e muito alegre, porque cada um tem só um papel: ser o que o Deus quer”, observa a irmã Giusy.

Por isso, as monjas dizem que “proposta vocacional é simples” e “dirige-se tanto a quem deseja verificar um chamamento à vida monástica como a quem deseja conhecer a vontade de Deus para a sua própria vida”.

“É para todas, sobretudo jovens - melhor se têm menos de 40 anos - mas também estamos abertas a todos os que estão em busca de Deus. Podem vir de todo o país, de todos os lugares, podem ligar connosco para perceber qual é o tempo melhor para vir ter connosco”, diz a superiora da comunidade.

“Acreditamos que todo o caminho de procura e de fé é sempre positivo, porque oferece uma experiência de liberdade e alegria a quem o empreende com o desejo de compreender e responder ao bom desígnio que Deus tem para cada um”, lê-se na proposta vocacional.

As jovens interessadas em participar no “Verão Vocacional” podem consultar a página do mosteiro, escrever um e-mail (chamamento@trapistaspalacoulo.pt) ou ligar para o número: 910 909 588. A experiência pode ser feita entre 1 de julho e 8 de outubro.

Como é a vida monástica beneditina-cisterciense?

Segundo as monjas, a vocação monástica beneditina – cisterciense e trapista – “floresce na dedicação da vida à procura de Deus nas coisas mais simples e quotidianas”.

“A nossa vida é uma vida que se passa em alternância entre oração, trabalho, vida fraterna vivida para a glória de Deus. A nossa lei é o Evangelho, o nosso propósito é a construção do Seu reino entre nós. Foi Deus quem nos reuniu para ser uma comunidade, uma imagem da Sua Igreja”, elucidam.

As monjas trapistas de Palaçoulo vivem “a fraternidade no silêncio, com momentos de diálogo e partilha autênticos, servindo-se reciprocamente, sem possuir nada pessoal, procurando a unidade fundada sobre a caridade, o perdão, do fruto da redenção, do carregar os fardos umas das outras”.

“Vivemos a nossa oferta no serviço de louvor, intercessão e confissão de Sua glória”, sintetizam.

É no lugar do Alacão, em Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, que está a ser edificado o primeiro mosteiro trapista em Portugal, ou melhor, uma “aldeia para Deus”, como as monjas gostam de designar o projeto.

O prazo para a conclusão do mosteiro, orçado em seis milhões de euros, está previsto para agosto de 2023. E a irmã Giusy diz que tudo vão fazer para que “este sonho se conclua aí, para começar o sonho verdadeiro que é aquele de acolher muita vida e dar vida a muita gente”.

Até que o mosteiro se conclua, as dez monjas trapistas, todas elas italianas, que têm o “Ora et Labora” de São Bento como regra da sua vida, vivem na hospedaria, um espaço que, depois, ficará apenas para as pessoas que querem contactar com a vida monástica.

A hospedaria foi projetada para acolher um máximo de 40 pessoas e está equipada com quartos que se prestam à hospitalidade de grupos e famílias (sala de reuniões, sala de leitura, refeitório, capela).

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