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"A maior parte dos donos de Portugal estão mais aflitos a tentar sobreviver do que a transformar o país"

07 mai, 2022 - 18:53 • Ana Catarina André

O congresso nacional da ACEGE contou com a intervenção do economista João César das Neves. A edição deste ano assinala os 70 anos da associação cristã.

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No segundo dia do congresso nacional da ACEGE, a Associação Cristã de Empresários e Gestores, o economista João César das Neves sublinhou que a maior parte dos donos de Portugal estão mais aflitos em sobreviver do que em transformar o País e deixou uma recomendação.

"Será que quem manda no país consegue transformá-lo? A maior parte dos donos de Portugal estão mais aflitos a tentar sobreviver do que propriamente a transformar o país", admite. "Para transformar o país é preciso falar com quem manda. Quem é que manda mesmo? Não é difícil... Quem manda mesmo é a rainha de Portugal, que é nossa rainha há 376 anos, fez no dia 25 de março... e que nos visitou há 105 anos. Por isso, se queremos mudar Portugal, se queremos mesmo transformar o país, é preciso falar com a rainha, Santa Maria, mãe de Deus", indica.

Entre os intervenientes esteve também Ricardo Zózimo. O professor da Nova SBE desafiou os empresários a refletirem sobre a encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti, e pediu-lhes que ajudem as paróquias a tornarem-se mais sustentáveis.

"Como é que as paróquias se vão transformar, não só em centros sociais, que já têm, mas em centros que ajudem o ambiente, sejam promotores do ambiente naquela região, mas também promotores de um ambiente responsável sustentável? Vocês, empresários cristãos, juntem-se às vossas paróquias para fazer isto acontece. Não façam aparte das vossas paróquias", pede.

Já Diogo Alarcão falou sobre um dos projetos mais recentes da ACEGE, o Semáforo, que pretende mapear situações de pobreza entre os colaboradores das empresas.

"A abertura ao invisível pode transformar a cultura das empresas e o que nós queremos é tornar visível o que hoje é invisível. O Semáforo é um instrumento, uma ferramenta de transformação do conceito de pobreza, porque queremos passar de uma perspectiva assistencialista para uma perspetiva dinamizadora da ação e que olha não para a pobreza como nós a costumamos olhar, mas de uma forma holística, isto é, para os riscos económicos e sociais que estão ligados a estas situações", diz.

O congresso nacional da ACEGE contou, ainda, este sábado com os testemunhos de empresários como Rui Diniz, da CUF, Paulo Barradas, da Bluepharma, e Margarida Ruch Perdião, do Santander.

A edição deste ano assinala os 70 anos da ACEGE e, nas palavras do presidente da associação, João Pedro Tavares, pretende ser um tempo de transformação assente na fé e nos princípios da doutrina social da Igreja.

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