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"Venho celebrar a Ressurreição da Ucrânia. É possível" , diz enviado do Papa à Renascença

15 abr, 2022 - 09:14 • José Pedro Frazão enviado da Renascença à Ucrânia

O cardeal Konrad Krajewski fez 2.600 kms, de Roma a Kiev, para entregar uma ambulância em nome do Papa Francisco. Na Ucrânia vai visitar zonas onde se registaram mais vítimas, incluindo Bucha.

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Depois das mortes pode erguer-se uma Ucrânia ressuscitada. É a convicção do cardeal polaco Konrad Krajewski, enviado especial do Papa Francisco à Ucrânia que agora chega a Kiev. Todo o simbolismo da Páscoa cruza-se com a guerra e o esmoler pontifício vem para expressar a proximidade do Papa para com os que mais sofrem neste conflito armado.

“Esta Semana Santa é a semana que nos conta a Paixão de Jesus, o sofrimento de Jesus... como é que ela acaba? Com a Ressurreição! Então eu gostaria de celebrar aqui a Ressurreição da Ucrânia. Que é possível1”, afirma o cardeal Krajewski em entrevista breve à Renascença após entregar uma ambulância em Kiev.

Após 2.600 kms ao volante, de Roma a Kiev, o cardeal estacionou a ambulância que conduziu em nome do Papa Francisco em frente ao Instituto do Coração, uma clínica especializada em cardiologia na capital ucraniana.

É uma oferta pessoal. Por isso, o cardeal conta que o Papa lhe pediu para ele próprio conduzir a ambulância sem motorista. “Se tiver sono, ponha-se lá atrás na maca e meta uma máscara de oxigénio”, terá dito o Papa, segundo o relato bem-humorado do cardeal, que de facto dormiu na ambulância, mas chegou ao destino a tempo de marcar a Quinta-Feira Santa.


Um sinal de Fátima na Guerra

Depois de ter estado em Lviv, o cardeal polaco chega agora à capital da Ucrânia. Assegura que não vem preparar nenhuma visita do Papa. “Não sou dos serviços de segurança”, sublinha nestas declarações, assumindo que esta é uma visita de pendor essencialmente pastoral.

No último mês, o cardeal Krajewski esteve também em Fátima para a consagração da Rússia e da Ucrânia ao imaculado Coração de Maria. À chegada a Kiev, diz ter ouvido alguém que lhe mostrou um sinal de que Fátima se liga ao curso da guerra.

“Houve uma pessoa que aqui em Kiev me disse: ‘Já se deu conta que depois desta oração de consagração da Rússia e da Ucrânia a Maria eles foram embora de Kiev?’ Não fui eu que disse! Foi uma pessoa que encontrei e que vendo que eu estava de cabeção insistiu: ‘Mas já se deu conta?’. Realmente não me tinha apercebido…é assim mesmo e a capital é o símbolo da vitória”, lembra o enviado especial do Papa que vai passar esta Páscoa com os católicos ucranianos.

Do seu programa consta ainda uma visita esta sexta-feira às zonas mais fustigadas pela ofensiva russa nos arredores de Kiev, incluindo a cidade de Bucha, palco de um número crescente de vítimas encontradas em valas comuns.

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