03 mar, 2022 - 10:23 • Olímpia Mairos
Parte da renúncia quaresmal do Patriarcado de Lisboa é destinada à Cáritas Diocesana de Lisboa, para “apoiar as necessidades do povo ucraniano, duramente atingido pela guerra”. A outra parte destina-se a apoiar o hospital da Diocese de Palai, na Índia.
Na mensagem para a Quaresma, o cardeal D. Manuel Clemente expressa “grande proximidade a todos os que sofrem os efeitos da guerra e muito especialmente na Ucrânia”.
“A nossa proximidade traduz-se na disposição para socorrer e acolher quanto e como for preciso. Além disso e, como crentes, acreditamos no poder da oração e do jejum que a intensifica, pois rezar é querer com Deus e ‘quem quer o que Deus quer tem tudo quanto quer’”.
Segundo o cardeal-patriarca de Lisboa, “querer com Deus significa acolher a sua paternidade, solícita do bem de todos os filhos e geradora da nossa fraternidade, começando pelos que mais a requeiram”.
D. Manuel Clemente nota que “todos os conflitos nascem da autoimposição, tanto pessoal como mais alargada. Alega-se um bem que redunda em mal, quando confiscado em proveito próprio”.
O prelado alerta, ainda, que “são tempos difíceis, os desta Quaresma. Com a pandemia ainda por extinguir, com a guerra na Ucrânia que urge terminar, com a Igreja a renovar, com tanta pobreza a pedir resposta”.
“Também não eram fáceis os que tocaram ao próprio Jesus, dois milénios atrás”, afirma o cardeal-patriarca, realçando que ele “ensinou-nos a enfrentá-los com um coração filial, correspondendo assim ao coração de Deus Pai, que no segredo nos vê e recompensa, fazendo-nos inteiramente seus e de Si para todos”.
“Assim mesmo, no mais íntimo e determinante de cada um, para o futuro que importa. Não para darmos nas vistas alheias, mas para nos refazermos sob o olhar de Deus. Para refletirmos aos outros o olhar divino, amando e servindo como Jesus o fez”, esclarece.
Na sua mensagem quaresmal, D. Manuel Clemente deixa ainda um apelo à oração, ao jejum e à partilha.
O tempo da Quaresma começa com a celebração da Imposição das
Cinzas, é um período de 40 dias marcado por apelos ao jejum, partilha e
penitência. Um itinerário de preparação para a Páscoa, a principal festa do
calendário cristão, em 2022 no dia 17 de abril.