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Haiti. Bispos apelam à comunidade internacional para acabar com a crise

28 dez, 2021 - 10:58 • Olímpia Mairos

O pedido estende-se também aos políticos locais que, segundo os bispos, “deveriam estar mais preocupados do que nunca com esta situação caótica e catastrófica que não mostra sinais de abrandamento”.

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Os bispos da Conferência Episcopal do Haiti, na mensagem de Natal, publicada nas redes sociais, lançam um apelo à comunidade internacional no sentido de ser encontrada uma saída para o estado de desordem institucional e social que ameaça a estabilidade daquele país.

“Como pastores, não podemos ficar indiferentes aos trágicos acontecimentos dos últimos meses”, escrevem, reafirmando a disponibilidade da Igreja em “apoiar os seus filhos nas suas ansiedades e esperanças, num país mergulhado no caos político, económico e social, especialmente após o assassinato do Presidente Jovenel Moïse em julho”.

“Neste tempo de Natal”, lê-se no texto, “que nos leva a abrir-nos a novos horizontes, a um ideal de vida maior e mais nobre e a sair da indiferença, a Igreja pergunta se a situação vivida hoje no Haiti não deveria levar os que têm responsabilidades na comunidade internacional a trabalhar incansavelmente para ajudar a curar esta ferida e promover o respeito dos direitos universais”.

O pedido estende-se também aos políticos locais que, segundo os bispos, “deveriam estar mais preocupados do que nunca com esta situação caótica e catastrófica que não mostra sinais de abrandamento”.

O Haiti é um dos países mais pobres do mundo e vive há anos sob instabilidade política, recentemente agravada pelo assassinato do presidente, e por uma violência desenfreada.

“Com todas as nossas forças, condenamos esses atos fratricidas”, escrevem os bispos, pedindo que “a verdade, a ordem e a justiça sejam restauradas, juntamente com a autoridade do Estado”.

A agravar a situação, já de si muito precária, o país enfrentou um terremoto, no dia 14 de agosto, que devastou a comunidade costeira de Los Cayos no sul da ilha, provocando 2.200 mortos e a destruição de mais de 50.000 casas.

“Neste dramático contexto”, escrevem os bispos, “muitos compatriotas são obrigados a deixar o país, esperando encontrar prosperidade em outro lugar, mas, muitas vezes, são vítimas de maus-tratos e discriminação”.

Face à preocupante e contínua deterioração da situação, os prelados apelam a “uma tomada de consciência pessoal e coletiva”, assim como um “despertar moral e patriótico”, para que cessem as “atrocidades e o sofrimento em todos os lugares”.

E exortam os protagonistas políticos, sociais e económicos a “encontrarem uma solução definitiva e duradoura para a crise que o país atravessa”, pedindo “aos grupos armados e àqueles que os apoiam para deporem as suas armas e contribuírem para a reconstrução de um mundo mais justo, humano e unido” e a todos os cidadãos “para não colocarem os seus próprios pequenos interesses acima dos interesses da nação”.

Os bispos do Haiti expressam, por fim, a sua “solidariedade com a dor daqueles que são vítimas de sequestro, violação e violência de todo o tipo” e confiam “à misericórdia de Deus as almas dos irmãos inocentes que caíram sob o fogo de grupos armados”.

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