17 set, 2021 - 10:38 • Olímpia Mairos
Os restos mortais de D. Manuel de Jesus Pereira, 41.º bispo da Diocese de Bragança-Miranda, vão ser transladados este sábado, dia 18 de setembro, do cemitério de Baldos, no concelho de Moimenta da Beira, para a catedral da diocese em Bragança.
O Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais, em comunicado enviado à Renascença, informa que “de acordo com a plurissecular tradição da Igreja Católica é costume sepultar os Bispos na Catedral da sua Diocese”.
À celebração da trasladação na catedral, seguida de sepultamento no Pátio dos Bispos, marcada para as 10h30, presidirá o bispo diocesano, D. José Cordeiro. Contará com a presença do presbitério, dos familiares, autoridades e fiéis leigos.
Natural de Baldos, no concelho da Moimenta da Beira, Diocese de Lamego, D. Manuel de Jesus Pereira foi ordenado presbítero em 15 de junho de 1933 e ordenado bispo em 15 de agosto de 1948.
Exerceu o seu ministério episcopal como bispo auxiliar do Funchal, entre 1948 e 1953, e entre 1953 e 1965 como bispo auxiliar de Coimbra.
Interveio na 101.ª Congregação Geral do Concílio Ecuménico Vaticano II, em 14 de outubro de 1964, e em 20 de fevereiro assumiu a diocese de Bragança-Miranda, onde esteve até à sua morte, em 11 de setembro de 1978.
Foi membro da Comissão Nacional de Liturgia e ficou conhecido pela renovação conciliar que promoveu na diocese transmontana. Diligenciou junto do clero e leigos um estudo sobre os documentos conciliares e em 1967 avançou com o primeiro “Curso de Atualização Pastoral à Luz do Vaticano II” também para o clero e laicado, do qual resultou a criação do Conselho Presbiteral e do Conselho Pastoral.
Em 1972, e após uma série de estudos, definiu a pastoral diocesana em três setores (pastoral do clero, pastoral da educação cristã e apostolado dos leigos), nomeou três vigários episcopais e procedeu à reestruturação dos secretariados da catequese, ensino religioso médio e pastoral diocesana.
No sector social, em 1976, reformulou a Comissão Diocesana da Cáritas que passou a ter estatutos, personalidade jurídica civil e um fundo diocesano.
Durante o seu episcopado fez diligências junto de várias entidades com vista à construção da catedral de Bragança, tendo-se debatido com inúmeros impedimentos por parte do Estado.
O 41.º bispo da Diocese de Bragança-Miranda, durante os 13 anos em que esteve à frente dos destinos da diocese, ordenou mais de duas dezenas de sacerdotes, incentivou à catequese, apoiou os docentes de educação moral nas escolas e teve sempre um carinho especial pela obra da Pastoral das Vocações, pelos seminários e pelos movimentos juvenis.
Foi também responsável pela reorganização dos Seminários de Bragança e de Vinhais, bem como do Convento e Seminário de Balsamão, pertencente aos Padres Marianos. Impulsionou a construção da Casa do Clero e de Retiros, em Cabeça Boa (Bragança), o Lar académico de S. Domingos Sávio, em Bragança, a Casa Paroquial de Vimioso e a igreja do Carmelo da Sagrada Família (1974), em Moncorvo.