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Famalicão

Padre e leigas condenados a 17 e 12 anos de prisão por escravizarem noviças

01 jul, 2022 - 12:01 • Lusa

Os crimes foram cometidos – durante cerca de três décadas - na Fraternidade Missionária de Cristo Jovem, instalada num convento em Requião.

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Foto de arquivo: Hugo Delgado/Lusa
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Foto de arquivo: Hugo Delgado/Lusa

O Tribunal de Guimarães condenou esta sexta-feira a penas entre 12 e 17 anos de prisão um padre e três responsáveis de uma “associação de fiéis” de Requião, em Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, por escravizarem noviças.

O padre Joaquim Milheiro, com cerca de 90 anos, e as arguidas Maria Arminda Costa, Maria Isabel Silva e Joaquina Carvalho, hoje com idades entre os 70 e os 75 anos, estavam acusados de nove crimes (nove vítimas, à data dos factos com idades entre os 12 e os 20 anos) de escravidão, incluindo a escravidão laboral.

Maria Arminda Costa foi condenada a 17 anos de prisão, o padre Joaquim Milheiro foi condenado a 15 anos de cadeia, enquanto a Maria Isabel Silva e a Joaquina Carvalho o tribunal aplicou as penas de 14 e de 12 anos de prisão, respetivamente.

“O tribunal deu como provado, no essencial, os factos que constam da acusação [do Ministério Público]”, disse a presidente do coletivo de juízes, Paula Sá, durante a leitura do acórdão.

A juíza presidente falou em “clima de terror e medo”, em “agressões bárbaras” cometidas pelos arguidos, assim como de “escravidão e de crimes hediondos praticados por alguém que se diz representante de Deus na terra”, os quais levaram à total “exploração e desumanização” das vítimas, que não recebiam “qualquer tipo de contrapartida”, permitindo à fraternidade aumentar o seu património na modalidade de “poupança de custos”.

Os crimes foram cometidos – durante cerca de três décadas - na Fraternidade Missionária de Cristo Jovem, instalada num convento em Requião, concelho de Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, pertença do Centro Social de Apoio e Orientação da Juventude, uma Instituição Particular de Solidariedade Social sob a forma de Instituto de Organização Religiosa.

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  • José Luis Themudo Barata
    01 jul, 2022 AROEIRA 11:39
    Vergonha e que péssimo testemunho da religião do amor, da ternura, da aceitação do outro e da compreensão. Ainda bem que o site da radio da igreja católica noticia isto.

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