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Ajuda à Igreja que Sofre

Extremismo “ameaça coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos” em Moçambique

07 jan, 2021 - 15:10 • Olímpia Mairos

Um problema que “ameaça destruir a coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos”, à medida que os “extremistas lutam pelo poder e pelos recursos económicos”, diz o presidente executivo internacional da Ajuda à Igreja que Sofre. A instituição pontifícia elege a ajuda àquela região de Moçambique como uma prioridade em 2021.

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A Fundação AIS dá conta do agravamento da situação em Cabo Delgado, Moçambique, com o crescimento da ameaça terrorista, nomeadamente por parte de grupos ligados ao extremismo jihadista, em várias regiões de África.

De acordo com Thomas Heine-Geldern, presidente executivo internacional da Ajuda à Igreja que Sofre, citado no site da fundação, “é muito preocupante” a situação que se está a viver em diversos “países do Sahel”, mas também “em Moçambique”, onde a região norte daquele país tem sido palco de ataques violentos por parte de grupos armados que reivindicam pertencer ao Daesh, o auto-proclamado Estado Islâmico.

“O extremismo religioso dos islamitas violentos e radicais está a aumentar e ameaça destruir a coexistência pacífica existente entre cristãos e muçulmanos nesses países, à medida que os extremistas lutam pelo poder e pelos recursos económicos”, afirma Heine-Geldern.

Face ao agravamento da situação, a fundação pontifícia assume que a ajuda a Cabo Delgado vai ser uma prioridade durante o ano de 2021.

Em novembro passado, a Fundação AIS decidiu apoiar as dioceses envolvidas no acolhimento aos deslocados com uma ajuda de emergência, no valor de 100 mil euros.

É uma ajuda que, como explicou na altura Regina Lynch, chefe de Departamento de Projetos da Fundação AIS a nível internacional, “procura aliviar o sofrimento e trauma destas populações que têm sido vítimas da violência mais brutal”.

Os ataques em Moçambique tiveram início em outubro de 2017 e calcula-se que, até hoje, terão já morrido mais de duas mil pessoas e haverá mais de 600 mil deslocados internos. A violência agudizou-se ao longo do ano passado, havendo relatos de pessoas decapitadas, vilas e aldeias que caíram nas mãos dos jihadistas e muitas pessoas sequestradas. Duas religiosas foram raptadas e há relatos de igrejas queimadas e conventos destruídos.

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