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Justiça da Austrália iliba cardeal George Pell do crime de abuso de menores

07 abr, 2020 - 01:43 • Redação com Reuters

Absolvido pelo Supremo Tribunal, o ex-tesoureiro do Vaticano deverá abandonar a prisão de imediato. Pell foi condenado em 2019 pelo abuso sexual de duas crianças em Melbourne.

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O Supremo Tribunal da Austrália absolveu o ex-tesoureiro do Vaticano, o cardeal George Pell, da sentença de abuso sexual de menores a que foi condenado há um ano.

Por unanimidade, os sete juízes da alta instância judicial australiana aceitaram o pedido de recurso interposto pela defesa de Pell e decidiram absolver o cardeal de todas as acusações esta terça-feira.

O ex-chefe do departamento de Assuntos Financeiros do Vaticano tinha sido condenado a 6 anos de prisão em março do ano passado.

Pell, de 78 anos, foi condenado pelo abuso sexual de dois rapazes adolescentes na década de 1990, quando era arcebispo de Melbourne. As vítimas integravam o grupo coral da Catedral de St. Patrick, naquela cidade do sul da Austrália.

Ao longo do julgamento, o ex-conselheiro financeiro do Papa, a mais alta figura da hierarquia da Igreja Católica a ser condenada pelo abuso sexual de menores, garantiu sempre que estava inocente.

Em comunicado, emitido esta terça-feira, Pell salientou que a decisão unânime do Supremo Tribunal da Austrália remediou "uma séria injustiça".

"Não guardo qualquer rancor ao meu acusador, nem pretendo que a minha absolvição acrescente à dor e amargura que tantos sentem; já há dor e amargura suficientes. Contudo, o meu julgamento não era um referendo à Igreja Católica, nem um referendo sobre como as autoridades da Igreja na Austrália lidaram com o crime de pedofilia na Igreja. A questão era se eu tinha cometido esses crimes horrendos, e eu não os cometi. A única base para a reabilitação, no longo termo, é a verdade e a única base para a justiça é a verdade, porque a justiça significa verdade para todos", escreveu o cardeal.

Em agosto do ano passado, o Supremo Tribunal de Victoria tinha rejeitado um recurso interposto pela defesa de Pell, mantendo a sentença ditada ao arcebispo emérito.

O caso seguiu para o Supremo, que considera agora que o júri que decidiu o veredito "deveria ter considerado a dúvida" quanto à culpa do réu. Os sete juízes ordenaram que todas as condenações sejam retiradas e que o veredito seja alterado para absolvição, o que significa que o cardeal deverá sair em liberdade de imediato.

[notícia atualizada às 17h05]

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  • Nuno Pereira
    07 abr, 2020 Penafiel 15:11
    Ainda bem. Era bom que isto fosse bem mostrado. Nem todos são maus na Santa Igreja. E os que gostam de dizer mal era bom que viessem agora defender quem foi acusado injustamente.

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