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Cáritas de Lisboa: “Damos resposta às necessidades que vamos detectando”

02 mar, 2017 - 18:31 • Ângela Roque

O presidente da Cáritas Diocesana de Lisboa faz balanço dos apoios dados nos últimos três anos e pede aos portugueses que ajudem a instituição.

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Desde 2014, a Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL) apoiou, com mais de 641 mil euros, milhares de pessoas carenciadas. Os dados do relatório trienal de actividades, divulgado por esta instituição da Igreja, revelam que o número de pedidos de ajuda tem vindo sempre a aumentar, mesmo depois de Portugal já ter saído do chamado “período de resgate”.

Só no Gabinete de Acção Social (GAS) nestes três anos foram atendidas 3.364 pessoas. Na Loja Solidária 800 pessoas receberam roupa, calçado e comida. Mas, em entrevista à Renascença, o presidente da Cáritas Diocesana de Lisboa diz que os apoios directos em dinheiro continuam a ser fundamentais para muitas famílias.

“As carências são de tal ordem que não é a roupa, não é o alimento, não são uns móveis que ajudam. Muitas vezes já cortaram a água, cortaram a electricidade, é preciso dinheiro, é preciso numerário”, afirma José Frias Gomes.

Os pedidos não param de chegar à Cáritas. “Têm vindo a crescer de uma forma sustentada”, o que obriga a agilizar as ajudas directas. Diz que todos os meses canalizam “entre 5 e 6 mil euros, permanentemente, para pequenas despesas”, que vão de rendas a próteses.

A estes gastos com as ajudas juntam-se as despesas de funcionamento da própria instituição, com as infra-estruturas e edifícios, e com o pessoal. Só em 2016 os custos com salários ultrapassam os 622 mil euros. Embora na direcção da Cáritas de Lisboa sejam todos voluntários, há 50 funcionários nas várias valências.

O Estado comparticipa , mas não chega. “Vivemos de donativos. As ajudas do Estado significarão 40% do nosso orçamento de despesa”, afirma.

Os custos também vão variando. O dirigente da Cáritas dá o exemplo da creche, onde “uma parte significativa dos pais ou perderam o emprego ou viram os seus vencimentos reduzidos. E como a comparticipação deles é calculada em função do IRS, tivemos que aceitar uma série de reduções”.

José Frias Gomes apela, por isso, à colaboração de todos no peditório que se aproxima, durante a Semana Nacional da Cáritas entre 12 e 19 de março. É possível também ajudar destinando 0,5% do IRS à Cáritas ou através de donativos.

A sonhar com novos projectos

É através do Gabinete de Acção Social (GAS) e do projecto Igreja Solidária, que as famílias mais carenciadas da diocese de Lisboa encontram respostas imediatas e acompanhamento nas situações de pobreza, desemprego, doença ou carência alimentar. Mas a oferta de serviços vai muito para além disso. Entre as valências da CDL está o lar da Bafureira (50 idosos) e a creche de Carnide (38 crianças).

A Cáritas tem ainda uma “loja solidária” e o Projecto Amigo, que faz a recolha e distribuição de roupa por quem precisa, o que permitiu também criar postos de trabalho.

A formação de voluntários tem também sido uma aposta da Cáritas. “Fizemos 30 mil horas de formação nos últimos anos, só para grupos de acção socio-caritativa. Abrangemos 1.295 pessoas, entre voluntários e técnicos de instituições”, diz.

A Cáritas também assegura o acolhimento de imigrantes no concelho de Cascais, através do CLAII (Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes). “Temos cinco balcões de atendimento em todo o concelho e em três anos fizemos 2.600 atendimentos a cidadãos não nacionais”, explica.

O Famílias comVida foi das mais recentes iniciativas da Cáritas de Lisboa. “É uma escola de família, associada à nossa creche e foi feita em parceria com a Pastoral da Família do Patriarcado”, explica. Mas há mais projectos pensados: “queremos abrir um jardim-de-infância, por exigência, quase, dos pais da creche. Já fizemos um protocolo com a Câmara de Lisboa”.

Entre os projectos que o presidente da Cáritas Diocesana de Lisboa gostava de ver avançar está um centro de dia para idosos com Alzheimer – “uma necessidade constatada de muitas famílias” e uma residência para estudantes universitários.

“Percebemos que há muitos estudantes em dificuldade. Conhecemos alguns que abandonaram os estudos por não conseguir pagar um quarto em Lisboa, que é muito caro”, afirma. Também aqui esperam conseguir parcerias e apoios para lançar o que diz ser mais um “projecto inovador”.

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