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Mensagem para a Quaresma. Papa apela à defesa da vida "frágil" e alerta para obsessão do dinheiro

07 fev, 2017 - 11:15 • Aura Miguel

"A Palavra é um dom. O outro é um dom" é o título da mensagem de Francisco para a Quaresma.

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O “pobre não é uma pessoa anónima”, pelo contrário, “tem traços muito concretos” e “uma história pessoal, “tem um rosto e, como tal, é um dom, uma riqueza inestimável e um ser querido e amado por Deus”. O Papa apela na sua mensagem para a Quaresma de 2017, divulgada esta terça-feira pelo Vaticano, à defesa da vida “frágil” e alerta para as consequências negativas de uma vida centrada no “dinheiro”.

Na mensagem, intitulada "A Palavra é um dom. O outro é um dom”, o Papa diz que “o outro é um dom” e que “a justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valo”. Por isso, “o pobre à porta do rico não é um empecilho, mas um apelo a converter-se e mudar de vida”.

A Mensagem para a Quaresma deste ano convida a “abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo”. E não é preciso ir muito longe, diz o Papa: “cada um de nós encontra-o no próprio caminho”.

Francisco afirma que é preciso levar a sério o Evangelho e os seus alertas sobre “a corrupção do pecado, que que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba”.

O dinheiro, alerta, “em vez de instrumento para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta” que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz.

Para Francisco, “a ganância do rico fá-lo vaidoso”. O rico passa a viver de aparências, uma “máscara para o seu vazio interior”. Pior ainda “é a soberba” porque o Homem acha-se um deus, pensando apenas no seu eu e “esquecendo-se de que é um simples mortal”.

Contra esta “espécie de cegueira”, Francisco convida à conversão do coração e a tomar a sério a força viva da palavra de Deus. E ainda a participar nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais promovem “para fazer crescer a cultura do encontro”

A Quaresma, que começa com a celebração de Quarta-feira de Cinzas (1 de Março, em 2017), é um período de 40 dias marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

[Notícia actualizada às 13h05]

Comentários
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  • Vera
    08 fev, 2017 Palmela 12:48
    Os ricos vêem os pobres como pessoas ignorantes! que não são ricos, porque não se esforçaram, a fazer vigarices! e aquele que já nasce rico, aí a estupidez marca passo!... foge da família e dos amigos, com medo de ficar pobre! vive de solidão, porque não é solidário com os outros! são os intelectuais: vivem para si próprios, para o seu bem estar! cafés, ginásios, viagens... Se há uma coisa de que me orgulho muito, na vida, é de não sentir inveja! o que sinto, é pena! pena, de quem não tem pena, dos outros... e a avareza, faz-me uma certa confusão! penso, repenso, mas não consigo entender. Também, há aqueles que vieram do nada, conseguiram qualquer coisa na vida, não sozinhos! e agora são avarentos, desprezam os outros, até, quem lhes deu a mão... Eu acho que esta vida é um recrutamento: onde se escolhem, soldados de Deus e soldados que não sendo escolhidos, se proclamam a si próprios gloriosos! que içam bandeiras ao vento, em sítios de temporal.
  • Julio
    07 fev, 2017 Maputo-Moçambique 20:23
    Cada escrita de Papa Francisco tem poder e esperanca. o seu encanto é profundo! Bem haja a Quaresma
  • Mario
    07 fev, 2017 Portugal 13:03
    Como se o Vaticano não tivesse obsessão pelo dinheiro... Desde a idade média que a acumulação de fortunas por meio da inquisição extorsão e roubo, a exploração dos peregrinos em locais de culto ( Fátima e outros locais) não fossem obsessões pelo dinheiro e comercio de imagens de barro. Jesus andava de sandálias, visitava os peregrinos não tinha dinheiro e rezava ao ar livre, não em igrejas ou catedrais decoradas em ouro e prata mostrando a imensa riqueza que o estado do Vaticano tem.

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