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Escravo durante 17 anos em Bragança. Vivia num furgão e não tinha cuidados de saúde

01 mai, 2024 - 12:13 • Cristina Nascimento

Os quatro alegados responsáveis pela situação de escravatura foram agora detidos pela Polícia Judiciária.

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A Polícia Judiciária (PJ) deteve quatro pessoas suspeitas de manterem, durante 17 anos, um homem em regime de escravatura, em Bragança.

Segundo a nota da PJ, a investigação permitiu apurar que a vítima sofreu "maus tratos físicos e psicológicos, foi explorada como força de trabalho, tendo inclusive sido 'alugada' a terceiros para a prestação de trabalhos agrícolas, recebendo os arguidos a respetiva contrapartida financeira pelos serviços prestados pela vítima".

A vítima, que tem 54 anos e sofre "de um atraso cognitivo e não tem qualquer retaguarda familiar", acabou por conseguir fugir, tendo desencadeado a intervenção da Judiciária.

Segundo as autoridades o homem foi controlado e vigiado "ininterruptamente e os seus documentos encontravam-se na posse dos arguidos, o que a tornou especialmente vulnerável". O homem vivia numa situação considerada "degradante, pernoitando num furgão em estado de sucata, num acampamento, sem o mínimo de condições de habitabilidade, salubridade, higiene e alimentação".

A nota da PJ adianta ainda que os agora arguidos "nunca terão permitido que fosse medicamente assistida e nem mesmo quando sofreu um grave acidente lhe possibilitaram o recurso a uma urgência hospitalar". Face à ausência de tratamento, o home terá ficado "com lesões permanentes nos membros inferiores, que lhe afetam gravemente a mobilidade".

As pessoas agora detidas, com idades entre os 37 e 44 anos, têm antecedentes criminais por cirmes contra o património e estão agora indiciadas pelos crimes de tráfico de pessoas, escravidão e falsificação de documentos.

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