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Jerónimo: "Podíamos apresentar um candidato ou uma candidata assim mais engraçadinha"

25 jan, 2016 - 01:37

Líder comunista manifestou "legítimas inquietações" pela eleição de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República.

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Jerónimo de Sousa recusa populismo
Jerónimo de Sousa recusa populismo

O PCP podia apresentar uma candidata “engraçadinha” e ganhar mais votos nas presidenciais, mas evitou o caminho do populismo, afirma o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa.

No discurso de reacção a um resultado eleitoral aquém do desejado, como admitiu o candidato Edgar Silva, o líder do PCP declarou que "as vitórias não descansam" nem as derrotas desanimam os comunistas e apontou baterias para as próximas autárquicas.

Ao comentar a pior prestação de sempre de um candidato presidencial apoiado pelo seu partido, Edgar Silva, e a eleição à primeira volta de Marcelo Rebelo de Sousa, o líder comunista assegurou que o PCP mantém a sua postura séria no âmbito da posição conjunta acordada com o PS, actualmente no Governo.

"Uma característica que temos é que trabalhamos muito, lutamos muito e nem sempre isso resulta em aumento do número de votos. Não é por acaso que é um partido que tem muito mais influência social e política do que influência eleitoral. Podíamos apresentar um candidato ou uma candidata assim mais engraçadinha, um discurso populista, seria fácil aumentar votação", afirmou Jerónimo de Sousa, para logo recusar alguma vez trocar "valores e princípios" por um melhor resultado eleitoral.

O líder comunista manifestou "legítimas inquietações" pela eleição de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República.

"A eleição de Rebelo de Sousa para Presidente constitui, na actual fase da vida política nacional, um factor negativo que não pode deixar de levantar legítimas inquietações quanto ao seu futuro mandato. Quer pelas concepções que assume quanto à Constituição, quer quanto ao indissociável percurso com a política de direita e o PSD, não dá garantias de um exercício na Presidência vinculado aos valores e princípios constitucionais", afirmou, no centro de trabalho do PCP, em Lisboa.

O secretário-geral comunista admitiu que "o resultado da candidatura de Edgar Silva fica aquém do valor que o seu projecto exigia", mas realçou tratar-se de "um resultado construído a pulso, no quadro de um panorama mediático desigual, de promoção e favorecimento de outras candidaturas e apelos aos sentimentos populistas e antidemocráticos".

Após escassos minutos de intervenção formal, depois do candidato apoiado pelo PCP e antes das perguntas dos jornalistas, Jerónimo de Sousa interrompeu mesmo a leitura do texto para se manifestar contra o facto de as televisões estarem a transmitir em directo a reacção do presidente do PSD e ex-primeiro-ministro.

"Estou hesitante em continuar porque estou ali a ver o Passos Coelho à minha frente, possivelmente não vão dar esta declaração... mas já estamos acostumados, camaradas...", lamentou, referindo-se aos monitores de TV ao fundo da sala do antigo hotel Victoria e sendo saudado com uma salva de palmas por parte dos militantes presentes.

Jerónimo de Sousa diria mais à frente que "esconderam tanto Passos Coelho e Paulo Portas e lá que apareceu logo Passos Coelho, nestas eleições, para tapar a voz ao PCP e identificar-se com esse resultado de Marcelo Rebelo de Sousa".

"O resultado obtido por Rebelo de Sousa é inseparável de uma cuidada e prolongada construção mediática, prorrogada até ao dia das eleições, como assistimos à hora de almoço”, numa referência aos directos televisivos da votação do antigo presidente do PSD em Celorico de Basto.

Condenou a "indisfarçável procura, por parte do candidato, de ocultar e dissimular o seu real posicionamento sobre questões cruciais do papel de Presidente, bem como de uma afirmação ostensiva e falsa quanto uma alegada independência".

O líder do PCP lamentou, também, que não tivesse sido tida em conta a tese dos comunistas de uma "real possibilidade" de derrotar o antigo comentador político "se todos se tivessem verdadeiramente envolvido" naquele objectivo.

Comentários
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  • 25 jan, 2016 Lisboa 15:50
    O PCP DEVERIA ERA ACABAR COM O MUSEU DE CINEMA QUE É E DEIXAR-SE DE DEFENFER GAYS, ADOPÇÕES GAYS. GREVES POR TUDO E POR NADA, DEIXAR DE DEFENDER A LEI DA NACIONALIDADE QUE LIXOU A NOSSA IDENTIDADE COMO POVO E A NOSSA CULTURA, OS RACISMOS. ONDE MORO VIVEM-SE MOMENTOS DE TERROR COM OS GANGS (TRIBOS) DOS FIHOS DE INVASORES QUE O PCP AJUDOU A NACIONALIZAR. O POVO QUE SOFRE COM GREVES SEM SENTIDO, COM O VANDALISMO DE GANGS ORGANIZADOS, COM A OPRESSÃO DE QUEM SOFRE COM AS MINORIAS, COM A PERDA DA NOSSA CULTURA DA NOSSA IDENTIDADE COMEÇA E SE REFILA LEVA COM O CARIMBO DE RACISTA E XENÓFOBO COMEÇA A TORNAR-SEE ANTI PCP COMO É LÓGICO-
  • CGS
    25 jan, 2016 Seixal 15:36
    O ressabiamento de um perdedor de cabeça perdida. Nas próximas eleições, ainda serão piores para ele!
  • Manuel
    25 jan, 2016 Porto 14:42
    Coloco a seguinte questão ao jornalista desta notícia e à respectiva Renascença: - Como poderão confirmar no áudio que acompanha esta peça escrita, a frase exacta que Jerónimo de Sousa profere não é a que está transcrita! No texto fazem a seguinte transcrição: "Podíamos apresentar uma candidata assim mais engraçadinha, um discurso populista, seria fácil aumentar votação". Na realidade a frase é a seguinte: "Podíamos apresentar um candidato ou uma candidata assim mais engraçadinha - portanto, enfim - com um discurso ajeitadamente populista que pudesse aumentar o número de votos"! - Por muito que tentem simplificar a transcrição do discurso directo, há limites para esse exercício! A exclusão da palavra "candidato" não é inocente, muito menos quando a transcrição não possui a indicação de adaptação desse discurso - como por exemplo a inclusão da sinalização "(...)", aludindo a que algo teria sido intencionalmente retirado da citação! Concluindo, seria correcto da vossa parte proceder à correcção do texto da notícia demonstrando a necessária seriedade jornalística!
  • Carlos Gonçalves
    25 jan, 2016 Seixal 14:35
    Por causa destas tomadas de posição é que eu deixei de votar PCP. São uns raivosos, só eles é que estão certos. Durante a campanha presidencial de 1986, em que eu fazia parte da candidatura da Engª Maria de Lurdes Pintasilgo, sofri bem na pele o que os energúmenos do PCP fizeram. Já era hora desses gajos arejarem as ideias. Por isso se viu a debandada de históricos do PCP que não se reviam nas políticas do bota abaixo e de quererem toma o poder para depois implantar uma nova ditadura, à laia dos seus amigalhaços da Coreia do Norte, de Cuba, da Venezuela, da China, etc...
  • Maria
    25 jan, 2016 Porto 14:31
    Mal vai o PCP quando até uma "engraçadinha" consegue muito mais votos do que ele próprio....
  • 25 jan, 2016 14:26
    grande azia.....
  • Luis B.
    25 jan, 2016 Mirandela 14:22
    Mas este filiado no PCP depois do 25 de Abril, quer enganar quem? Ele não pode estar preocupado com Marcelo mas sim com os 52% que se exprimiram a favor da eleição de Marcelo. Ele está é preocupado com o funcionamento da democracia! Mas também devia estar preocupado com o seu candidato que juntamente com a Marisa tiveram menos de 14% dos votos expressos ou seja, menos uns quantos porcentos relativamente às últimas legislativas... O gás da extrema esquerda diminuiu um pouco.. Outra conclusão: no espaço de 2 meses, o centro-direita ganha duas eleições...
  • António Zumaia
    25 jan, 2016 SP Brasil 14:16
    De facto o PCP morreu com Alvaro Cunhal, esta é que é a verdade.
  • VICTOR MARQUES
    25 jan, 2016 Matosinhos 14:13
    Então, onde está a sabedoria e a esperteza do PCP?! Foram apostar num ex-vigário católico para candidato à presidência da República?!!! Se ainda fosse um ortodoxo!...
  • António Carlos
    25 jan, 2016 Praia das Maçãs 14:06
    De facto o povo votou e o "CATAVENTO" ganhou Agora esperemos que nestes 5 anos o VENTO NÃO SOPRE MUITO FORTE porque caso contrário, o povo vai ficar ainda mais "DESGRAÇADO" do que já está.

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