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Costa irritado com professores e cartazes "racistas"

10 jun, 2023 - 14:48 • Susana Madureira Martins

Docentes perseguiram o primeiro-ministro até ao restaurante do Peso da Régua onde decorreu o almoço após as comemorações do 10 de junho. António Costa irritou-se com o protesto e os cartazes empunhados que acusou de serem "racistas".

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Foto: José Coelho/Lusa
Foto: José Coelho/Lusa

António Costa ainda foi aplaudido quando entrou pela Avenida do Douro adentro, em pleno centro do Peso da Régua, para assistir às comemorações do 10 de Junho, mas no final foi cercado por um protesto de algumas dezenas de professores que empunhavam cartazes e gritavam contra o que designam "política neoliberal" do Governo para a Educação.

No meio de uma confusão ainda dentro do recinto das comemorações, Costa esteve literalmente ensanduichado por professores, jornalistas, corpo de segurança pessoal, ao lado da mulher, Fernanda Tadeu, a tentar explicar que os protestos são "injustos" e que este é um Governo que "descongelou as carreiras".

As explicações foram-se sucedendo, com Costa a ficar visivelmente irritado e a iniciar um percurso a pé até ao restaurante onde ia almoçar, entre outros, com o Presidente da República.

Os docentes acompanharam o primeiro-ministro e a mulher por todo o caminho até ao restaurante, a um quilómetro do recinto das comemorações e ambos seguidos lado a lado pelo presidente da Câmara de Vila real, Rui Santos.

Empunhando cartazes com a cara de Costa caricaturada com um focinho de porco e dois lápis enfiados pelos olhos, cartazes que, de resto, o primeiro-ministro tem considerado que são de teor racista, os professores foram sempre aos gritos de "neoliberal" e "conheço o seu programa" ou "traiu o socialismo".

Foi algo que irritou visivelmente o primeiro-ministro, que apesar de considerar o protesto "democrático", se sentiu perseguido por um grupo de docentes que foi ficando cada vez menor, mas muito audível.

Foi já perto da subida para o restaurante onde ia almoçar, que a mulher do primeiro-ministro atirou um "sabe lá o que é ser professor, sabe lá o que é ter os alunos como prioridade", perdendo depois as estribeiras virando-se para trás respondendo com um "racista" aos gritos de um dos professores.

Fernanda Tadeu foi sendo retirada de cena por um dos elementos do corpo de segurança pessoal de Costa. É numa questão de segundos que tudo acontece, com o primeiro-ministro a virar-se também para trás dirigindo um "racista" ao mesmo professor, continuando depois a marcha para o almoço.

A dada altura já só se ouviam professores aos gritos contra o Governo e em resposta havia populares a apoiar o Governo gritando "Costa, Costa".

De registar que um dos elementos do corpo de segurança pessoal do primeiro-ministro ainda tentou evitar todo este momento de tensão protagonizado pelo chefe de Governo, aconselhando uma saída por dentro do recinto das comemorações em direção ao parque de estacionamento e que Costa recusou insistindo numa deslocação a pé.

Percurso que minutos depois o Presidente da República replicou, mas com uma muito maior tranquilidade, acenando à população do Peso da Régua que foi encontrando pelo caminho. Isto depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter lançado recados ao Governo

No discurso deste 10 de Junho o chefe de Estado aconselhou sobre a necessidade de "podarmos, cortarmos ramos mortos que atingem a árvore toda", no que pode ser lido como uma alusão à demissão do ministro João Galamba, que foi apupado pelos populares mal entrou pelo recinto das comemorações.

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  • Cidadao
    12 jun, 2023 Lisboa 07:26
    Cá para mim, António Costa teve uma inspiração de momento e desatou a berrar "Racistas", onde não há racismo nenhum. Mas serve às mil maravilhas para desviar atenções da política educativa dele, e da contestação de que foi alvo - aqueles gritos de "Costa, Costa" da multidão, parecem mais agentes PS a "puxar" pelas pessoas, que apoio genuíno - e ele António Costa a fazer-se de vitima que é uma das coisas que ele sabe fazer melhor. A Comunicação Social aficionada mais os comentadores arregimentados, vão explorar o filão enquanto houver quem compre essa narrativa. Tudo serve para distrair. Os problemas é que continuam sem resolução

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