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Costa: "Surpreende um pouco" que o PSD "desvalorize a relevância da quebra de segurança"

01 jun, 2023 - 16:00 • Lusa

Questionado sobre as perguntas do PSD sobre a ação do SIS na recuperação do computador levado por Frederico Pinheiro, o primeiro-ministro salientou que respondeu "pela mesma via", ou seja, através da comunicação social.

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O primeiro-ministro manifestou-se esta quinta-feira surpreendido por se desvalorizar, em Portugal, a "relevância da quebra de segurança quanto a documentos classificados", garantindo que respondeu às questões do PSD sobre a atuação do SIS "pela mesma via" que as recebeu.

"Há uma coisa que me surpreende um pouco, que é a forma como em Portugal, de repente, se desvaloriza a relevância da quebra de segurança quanto a documentos classificados. Todos nós nos recordamos como muito recentemente um ex-Presidente dos Estados Unidos e o Presidente dos Estados Unidos foram objeto de investigação", apontou António Costa.

Falando à imprensa portuguesa no final da segunda cimeira da Comunidade Política Europeia, na cidade moldava de Bulboaca, o chefe de Governo reiterou que "ninguém acionou o SIS [Serviço de Informações de Segurança], ninguém deu instruções ao SIS, já toda a gente sabe a história".

"A chefe de gabinete do senhor ministro das Infraestruturas comunicou ao SIS que houve uma quebra de segurança com documentos classificados e o SIS agiu em conformidade", insistiu, apontando que "foi da sua própria iniciativa que ela ligou ao SIS". "Isto é claríssimo", salientou.

"Eu gostava de saber o que é que a oposição diria se eu perdesse um documento classificado, se houvesse uma quebra de segurança num documento classificado meu, e não comunicasse às autoridades, o que é que diria", questionou António Costa, pedindo "uma reflexão" sobre "o que se anda a dizer porque é fundamental preservar as instituições".

Quando questionado sobre as perguntas que o PSD lhe dirigiu sobre a ação do SIS na recuperação de um computador levado do Ministério das Infraestruturas, o primeiro-ministro salientou que respondeu "pela mesma via", ou seja, através da comunicação social.

"Falta de respeito era não ter respondido às perguntas. [...] Eu recebi as perguntas pela comunicação social e respondi pela mesma via e dizem-me até - mas eu nem quero acreditar - que o PSD nem sequer tinha formalizado ainda as perguntas junto à Assembleia da República", disse.

O Governo ainda não recebeu formalmente as perguntas que o PSD dirigiu ao primeiro-ministro sobre a ação do SIS na recuperação de um computador levado do Ministério das Infraestruturas, disse hoje à Lusa fonte do executivo socialista.
Segundo a mesma fonte, o gabinete de António Costa tomou conhecimento "pela imprensa" das perguntas formuladas pelo PSD sobre este caso que envolve o SIS.
"Mas há mais: o PSD divulgou publicamente as suas perguntas bem antes de as submeter formalmente à Assembleia da República. Pela nossa parte, as respostas do primeiro-ministro foram divulgadas pela mesma via e estão desde o início desta manhã publicadas no portal do Governo", refere.
Horas antes, o líder parlamentar do PSD afirmou que as respostas do primeiro-ministro sobre o SIS ainda não tinham dado entrada na Assembleia da República, acusando António Costa de "desrespeito ao parlamento" e "atropelo às instituições".
"É um desrespeito para a Assembleia da República que as eventuais respostas do senhor primeiro-ministro às perguntas que o PSD ontem [quarta-feira] colocou sobre a atuação do SIS no caso do portátil do adjunto do ministro das Infraestruturas ainda não tenham dado entrada no parlamento, mas desde as 06:30 da manhã já estejam na comunicação social", criticou Joaquim Miranda Sarmento, em declarações aos jornalistas no final da reunião do grupo parlamentar.
O líder parlamentar social-democrata escusou-se a comentar o conteúdo das respostas divulgadas hoje Lusa, "enquanto não forem oficiais".
As respostas do primeiro-ministro, divulgadas pela Lusa, já foram, entretanto, publicadas no portal do Governo na Internet, mas no site do parlamento -- no separador dedicado a "perguntas e requerimentos" -- não consta nem a pergunta do PSD, anunciada na quarta-feira, nem a respetiva resposta.
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  • Americo
    01 jun, 2023 Leiria 15:27
    Boa tarde. É por "artistas" como este, que os povos caem nos "braços" das ditaduras. Este sr. tem todos os tiques de um "pequeno ditador".

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