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Moção da IL

Costa e a moção de censura. Direita "nem sequer se entende em torno desta moção"

05 jan, 2023 - 15:42 • Diogo Camilo Redação com Lusa

Governo enfrenta moção de censura da Iniciativa Liberal no seguimento do chamado Caso TAP/Alexandra Reis.

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O primeiro-ministro afirmou esta quinta-feira que a moção de censura ao Governo da Iniciativa Liberal foi apresentada pelo líder demissionário desta força política e que as forças de direita não formam alternativa e nem sequer se entendem.

Estas referências ao presidente cessante da Iniciativa Liberal, Cotrim Figueiredo, dizendo que “quer eleições no seu partido e também no país”, foram feitas por António Costa na abertura do debate parlamentar da moção de censura ao Governo. "A moção foi apresentada pelo líder demissionário da IL que na despedida procura derrubar um Governo legítimo”, disse Costa em plenário.

O líder do executivo defendeu que os cidadãos querem estabilidade e que os partidos à direita do PS não constituem uma alternativa ao atual executivo.

“Nem sequer se entendem em torno desta moção de censura”, apontou, numa alusão ao facto de o PSD ter anunciado a sua abstenção, enquanto o Chega votará a favor ao lado da Inicitiava Liberal.

Costa também destacou que Portugal não registava um crescimento económico tão grande desde a década de 1990.

"Precisamos de um Governo novo", diz IL

Esta é a segunda moção de censura que o Governo enfrenta em menos de um ano desde que conquistou maioria absoluta e, tal como aconteceu com a primeira, vai ser chumbada pela maioria do PS no Parlamento. A anterior, em julho, foi proposta pelo Chega. Desta vez foi a Iniciativa Liberal.

Na abertura do debate da moção de censura agendado pelo partido, que começou com quase 10 minutos de atraso, o ainda presidente e deputado liberal explicou que o `timing´ desta moção de censura é porque a IL já não acredita “que este Governo seja capaz de renovar-se e de arrepiar caminho”.

“O Governo já não é só incompetente, o Governo tornou-se numa fonte de instabilidade. Esta moção de censura é a nossa forma de dizer ao parlamento e ao país não à incompetência, não à instabilidade, precisamos de um Governo novo e precisamos dele já”, enfatizou Cotrim Figueiredo.

Numa segunda intervenção, o deputado Carlos Guimarães Pinto critica o pouco crescimento económico de Portugal nos últimos anos, que diz ser "cerca de metade do que cresceram países da coesão": "Se o país tivesse crescido tanto desde 2016, uma pessoa que ganha 1.200 euros, hoje ganharia 1.400€", disse, concluindo que o "Governo afunda o país" e que "não há ninguém tão mal preparado para governar o país como o PS”.

Em resposta, Costa referiu que Portugal cresceu "10 vezes mais" nos últimos sete anos, desde que o Partido Socialista formou o seu primeiro Governo, em 2015, e que neste período só não houve crescimento acima da média europeia durante o pico da Covid-19.

O primeiro-ministro aproveitou ainda o exemplo da Irlanda para deixar farpas aos liberais: "Se alguma vez a Irlanda se governasse como os senhores queriam governar, pobre da Irlanda…”, disse, acrescentando que a tentativa de reforma política da ex-primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, serviu para "destruir todos os mitos liberais em três dias".

[atualizado às 16h13]

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