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"Pena que não seja um dia de festa”: FC Porto apresenta projeto da academia na Maia

27 mar, 2024 - 15:15 • Eduardo Soares da Silva

Custo total da obra rondará os 40 milhões de euros e obras de terraplanagem já arrancaram. Fernando Gomes anunciou saída da SAD e, na hora da despedida, deixou duras críticas a Villas-Boas, explicando que, embora o terreno ainda não pertença ao FC Porto, está praticamente garantido.

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A SAD do FC Porto apresentou, na manhã desta quarta-feira, o projeto daquilo que poderá ser a futura academia do clube. Fernando Gomes, vice-presidente com a pasta financeira, anunciou que as obras já começaram e o custo da infraestrutura rondará os 40 milhões de euros.

As máquinas já estão no terreno na Maia para "uma primeira empreitada do movimento de terras". Custou 6,890 milhões de euros, segundo Fernando Gomes.

Os arquitetos responsáveis pelo projeto, Manuel Salgado e Nuno Lourenço, apresentaram a maquete da obra que será construída num terreno de 23 hectares. Terá 14 relvados, dos quais um é de futebol de sete e três são "gaiolas de treino intensivo". O plano inclui ainda um estádio para a equipa B com dimensão e condições para disputar a II Liga.

Fernando Gomes festejou o momento, mas lamentou que o dia não seja de celebração para todos os portistas.

O dirigente, há 10 anos no clube, vai dizer adeus ao FC Porto e não faz parte da lista da recandidatura à presidência de Pinto da Costa. Na hora da despedida, não poupou nas críticas a André Villas-Boas, que tem o objetivo de construir a academia em Vila Nova de Gaia, ao lado do centro de treinos do Olival.

"Deveria ser um dia de festa para o universo portista. Infelizmente, não é. Alguém se encarregou, sem que se perceba e só porque sim, de colocar em causa este enorme projeto. Não se entende. Por isso, é pena que exista quem esteja a dividir o universo portista sem razões de fundo para o justificar", diz.

As eleições estão marcadas para exatamente daqui a um mês, a 27 de abril. O dirigente com a pasta financeira prossegue: "Dizem que fazemos isto porque há um ato eleitoral e que as máqunas são apenas para fogo de vista. Iríamos pedir para esperar porque há uns senhores que não gostam? É o ritmo normal de uma empreitada de muitos anos de trabalho. Não é um número para as eleições".

Pinto da Costa, que condicionou a sua candidatura a três pressupostos - um deles o início das obras da academia -, arrancou o seu discurso de forma irónica e citando o seu adversário eleitoral: "Foi um gosto terem assistido à descrição desta maravilhosa utopia e este chorrilho de mentiras. Está à vossa frente e visível".

"É ridículo quando se diz que isto deveria ser adiado, que é um trunfo eleitoral. Isto é um trunfo do FC Porto para o futuro, para ser cada vez melhor. Li, há dias, o diretor financeiro da candidatura adversária a dizer que deveríamos parar isto até depois das eleições. É absurdo e inacreditável. Então, também não poderíamos ter contratado o Otávio em janeiro e não poderíamos ter renovado com o Galeno que ontem se estreou pelo Brasil. Tudo porque quem viesse poderia não gostar do Galeno", critica.

Foto: José Coelho/Lusa
Foto: José Coelho/Lusa
Foto: José Coelho/Lusa
Foto: José Coelho/Lusa

André Villas-Boas pondera analisar os contratos do projeto na Maia e, "se fizer sentido, rescindir os mesmos". Fernando Gomes alerta para o perigo destas declarações:

"Deixar que este projeto morresse seria lamentável, frustrar as expectativas dos portistas e negligenciar a atividade económica do clube. Está muito dinheiro investido", afirmou.

Terreno ainda não pertence ao FC Porto, mas está praticamente garantido

Dos 23 hectares do projeto, 9,3 pertencem à construtora ABB, com quem o FC Porto já tem um contrato de promessa de compra e venda, sujeito à hasta pública.

"Seria uma precipitação comprar já os 9,3 hectares. Se formos proprietários dos 14 hectares da câmara, estes 9,3 são nossos. Será tudo nosso, a não ser que algo muito estranho aconteça. A hasta é para a venda de 13 hectares para o projeto de uma academia, de uma infraestrutura desportiva. Não me parece que haja alguém que, só para prejudicar o FC Porto, iria licitar um terreno para metade de uma academia", explica.

O terreno da câmara tem um valor inicial de 3,36 milhões de euros, que Fernando Gomes considera "bom para o terreno em questão".

O dirigente anunciou o adeus ao FC Porto após dez anos de ligação: "É o melhor fecho possível para um mandato. Não se poderia dizer que havia melhor forma de fechar um mandato de quatro anos do que o arranque formal de uma infraestrutura desejada e absolutamente necessária. Fechamos com chave de ouro".

"Orgulho-me de ter feito parte da sua equipa. Tudo chega ao fim, para mim esta academia é o final de uma colaboração com o FC Porto, de que me orgulho. Foi uma honra, presidente", concluiu.

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