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Jerónimo promete "disponibilidade revolucionária" para continuar luta

11 nov, 2022 - 00:17 • Lusa

Foi com lágrimas nos olhos, muitos aplausos e emoção que vários militantes e simpatizantes do PCP receberam Jerónimo de Sousa, que considerou que "uma das maiores alegrias" que tem é "sentir os afetos e o reconhecimento" pela forma como esteve e está na política".

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O secretário-geral do PCP prometeu hoje "disponibilidade revolucionária" para continuar a luta na defesa dos trabalhadores e do povo, na última sessão pública como líder do partido comunista, na Marinha Grande, Leiria.

"Ainda estou aqui com uma disponibilidade revolucionária para continuar a minha luta na defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e de Portugal. Ainda vão ter de me aturar mais uns anos", afirmou Jerónimo de Sousa à margem de uma sessão pública comemorativa do aniversário do nascimento de Álvaro Cunhal, na Marinha Grande.

No final do encontro, o secretário-geral acrescentou que "houve alteração das responsabilidades, mas enquanto considerar que o povo e os trabalhadores precisam de contribuições", vai continuar a dá-las.

Foi com lágrimas nos olhos, muitos aplausos e emoção que vários militantes e simpatizantes do PCP receberam Jerónimo de Sousa, que considerou que "uma das maiores alegrias" que tem é "sentir os afetos e o reconhecimento" pela forma como esteve e está na política".

O secretário-geral do PCP, que vai deixar a liderança do partido no sábado, acrescenta que estas manifestações de afeto chegam também de "alguns adversários políticos", que lhe "reconheceram" alguns elementos que considera "fundamentais para se estar na vida política nacional: ser sincero, honesto, ter como preocupação central a defesa dos interesses dos trabalhadores, dos que menos têm, menos podem, com uma só cara, uma só palavra".

"Estas manifestações de afeto são reflexo de facto dessa situação e são tocantes para mim, que ando aqui há dezenas de anos, mas tenho recebido o melhor prémio, que é a fraternidade e o reconhecimento do papel da contribuição, pequena, que tive neste processo", acrescentou.

Jerónimo de Sousa disse ainda sentir uma "grande tranquilidade" ao ser "essa reação de pessoas que divergem" da sua política, "mas o reconhecimento de que a política é uma coisa nobre e quando entendida como tal é o maior reconhecimento neste momento".

Na sua intervenção da comemoração do aniversário do nascimento de Álvaro Cunhal, o secretário-geral reafirmou o legado deixado. "Aqui reafirmamos o compromisso de sempre do Partido Comunista Português com os interesses de classe dos trabalhadores" e o "apelo à sua organização, unidade e luta".

Salientando que Álvaro Cunhal "deu sempre importantes contributos que se projetam como importantes ensinamentos para a intervenção dos trabalhadores na atualidade", Jerónimo de Sousa afirmou que é na "torrente das pequenas e grandes lutas de massas que se pode encontrar o caminho para ultrapassar as atuais dificuldades que os trabalhadores enfrentam no plano dos salários, dos direitos, do emprego e do trabalho precário, dos horários, da intensificação da exploração do trabalho, agravada pela manutenção das normas gravosas da legislação laboral".

"Honrando a sua memória, reafirmamos a nossa inquebrantável determinação de continuar a perseguir aquele sonho milenar pela materialização do qual Álvaro Cunhal entregou toda uma vida de combate revolucionário: o sonho da construção de uma sociedade liberta da exploração do gomem pelo outro homem", disse ainda. .

Nas suas últimas palavras dirigidas à plateia, Jerónimo de Sousa salientou os "tempos duros e difíceis" que se vivem, mas que o PCP "nunca esqueceu, neste quadro, a luta concreta em torno de questões concretas".

"Nunca perdeu de vista o horizonte da construção de uma sociedade diferente, da luta pelo socialismo e pelo comunismo. É um projeto que temos, num tempo precisamente em que a ofensiva contra o nosso partido é muito forte, mas simultaneamente isso dá-nos uma confiança tremenda. Ao contrário dos seus vaticínios e do seu papel de agentes funerários, faltando sempre o morto para encher o caixão, sabendo de um quadro de uma situação internacional e nacional difícil, usamos esta expressão no nosso partido: resistir já é vencer", acrescentou.

"É mais do que isso", é a "ideia de que é possível avançar e construir um mundo melhor", disse.

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