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"Momentos de maior criatividade". Costa comenta avisos de Marcelo a Ana Abrunhosa

07 nov, 2022 - 10:52 • Lusa

Presidente da República avisou a ministra da Coesão Territorial que estará “muito atento” e não a perdoará caso descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que acha que deve ser.

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O primeiro-ministro desvalorizou esta segunda-feira o modo como o Presidente da República se dirigiu com avisos à sua ministra da Coesão Territorial sobre a execução de fundos estruturais, considerando que Marcelo Rebelo de Sousa tem “momentos de criatividade”.

Esta posição foi transmitida por António Costa em Sharm el-Sheikh, no Egito, no seu primeiro de dois dias de participação na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), depois de questionado sobre o tom usado pelo chefe de Estado no sábado passado, na Trofa, distrito do Porto, para transmitir uma série de advertências em publico à ministra Ana Abrunhosa.

Entre outras afirmações, o Presidente da República avisou-a que estará “muito atento” e não a perdoará caso descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que acha que deve ser.

“Sou sincero, no sábado, desliguei para descansar. Portanto, não ouvi diretamente as palavras [do Presidente da República]”, começou por responder António Costa, provocando alguns risos aos jornalistas.

“Sim, sim, não riam, lá porque sou primeiro-ministro também tenho direito ao descanso”, reagiu logo a seguir o líder do executivo.

Depois, o primeiro-ministro salientou que convive há quase sete anos com o atual Presidente da República.

“Comecei as funções com o anterior Presidente da República [Cavaco Silva], mas tenho uma longa experiência com o atual. Cada um tem o seu estilo, cada um tem a sua forma de agir, cada um tem a sua forma de interpretar os poderes constitucionais, visto que a nossa Constituição é bastante clara, embora ajustável à personalidade de cada um que exerce essas funções”, disse.

Na perspetiva de António Costa, “todos os portugueses têm apreciado a forma como o Presidente da República tem exercido as suas funções, que tem momentos de maior criatividade”.

“Mas acho que isso é normal, ninguém leva a mal. A senhora ministra [Ana Abrunhosa], aliás, disse que não tinha levado a mal, estava lá e compreendeu perfeitamente a intervenção no quadro da informalidade com que tudo decorria”, acrescentou.

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  • Cidadao
    07 nov, 2022 Lisboa 12:46
    O problema não é a ministra, nem a taxa de execução de fundos estruturais, nem nada. O Problema aqui é a falta de uma verdadeira alternativa credível de governo. O Marcelo está desejoso de um pretexto para demitir o governo e convocar novas eleições, como Sampaio fez, alegando que a Maioria Absoluta da altura já não traduzia o sentir da população. Só que Marcelo sabe que o PSD está a anos-luz de ser alternativa, e novas eleições poderiam tirar a Maioria absoluta ao PS mas continuavam a dar-lhe a vitória. Para isso, mais vale continuar a engolir sapos, enquanto se espera que o PSD se torne alternativa credível. Ou mude de lider mais uma vez, se o atual não for Homem para a tarefa.

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