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Marcelo salienta luta pela igualdade de género e solidariedade mundial

18 out, 2022 - 15:03 • Lusa

Presidente da República falava na entrega dos prémios Norte-Sul do Conselho da Europa 2021, que distinguiu a afegã Zarifa Ghafari.

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O Presidente da República salientou hoje a luta das mulheres e jovens afegãs pela igualdade de género e a destacou a importância do multilateralismo político na génese da ação de entidades de solidariedade à escala global.

Esta perspetiva foi transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa na Assembleia da República, no encerramento da entrega dos prémios Norte-Sul do Conselho da Europa 2021, que distinguiu Zarifa Ghafari, antiga presidente da Câmara de Maidan Shahr, capital da província de Wardak, no Afeganistão, e o mecanismo Covax, de apoio à luta contra a covid-19.

"Aos premiados de hoje digo: Nunca esqueceremos a vossa missão de serviço a milhões e milhões de seres humanos; nunca esqueceremos aquilo que a Covax fez para ajudar num período dramático de quase dois anos de luta contra a covid-19; nunca esqueceremos a coragem de Zarifa Ghafari", declarou o Presidente da República na parte final do seu breve discurso.

Numa sessão que foi aberta pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silvam, na Sala do Senado, no parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa salientou o "exemplo" de Zarifa Ghafari para "milhões de jovens em todo o mundo".

"Nunca esqueceremos a sua paixão, a sua capacidade de se recriar todos os dias ao serviço da luta pelas mulheres e seus direitos. Acompanharemos a muita vida e muitas obras no que tem por diante", assegurou o chefe de Estado, antes de se referir ao objetivo cimeiro dos prémios Norte-Sul do Conselho da Europa.

"No fundo, encontramo-nos aqui todos os anos para homenagear o passado, para incentivar o presente e para construir um mundo melhor. É essa a aspiração do Conselho da Europeia e é essa a luta dos premiados de hoje e de sempre", declarou.

Dirigindo-se aos representantes do Mecanismo Covax, o antigo primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso, Jane Halton, Bruce Aylward e Etleva Kadili, o chefe de Estado Marcelo Rebelo de Sousa considerou que esta entidade "reforçou a confiança do que de melhor existe nos responsáveis deste tempo", tendo em vista "a construção de um mundo diferente e melhor".

Já em relação ao Conselho da Europa, defendeu a tese de que continuará a desempenhar um papel central na defesa do multilateralismo e de uma Europa livre e democrática".

"Quanto a Portugal, reitero o que é sabido: Presidente após Presidente, Assembleia da República após Assembleia da República, e Governo após Governo, é com grande honra que acolhemos a sede do Centro Norte-Sul, é um compromisso que queremos que seja duradouro e que traduz o que consideramos fundamental na perspetiva universalista e de abertura ao diálogo no relacionamento com outros povos, outras culturas e outras civilizações", disse, estando a escutá-lo os ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato.

No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se de forma sumária aos distinguidos desde 1995 pelos prémios Norte-Sul, dois deles portugueses, os antigos chefes de Estado Mário Soares e Jorge Sampaio, e manifestou preocupação pelas consequências presentes da guerra na Ucrânia.

"Esta cerimónia tem lugar num momento dramático da vida do continente europeu, fustigado desde há oito meses pelas consequências globais de uma situação militar e política censurada pela comunidade internacional e que acaba por atingir civis, muitos deles crianças, ou seja, o valor da vida, o que de mais singular e irrepetível existe em cada ser humano. Acresce estarmos ainda a tentar recuperar muito dificilmente de uma crise pandémica num quadro de incerteza crescente no plano económico e social", observou.

Neste contexto, o Presidente da República realçou depois a importância dos princípios inerentes ao Conselho da Europa e o Centro Norte-Sul.

"Falamos de valores de diálogo, de parceria, de interdependência, de solidariedade globais, quer em tempos de paz, quer em tempos de guerra", apontou, antes de elogiar o "exemplo corajoso" de Zarifa Ghafari.

"Sendo apaixonada na luta pelos ideais e tão jovem ainda, acaba por traduzir uma pugna fundamental por sociedades mais justas e mais equilibradas, em que todas e todos, mulheres e homens, possam desfrutar dos mesmos direitos, liberdades, garantias e oportunidades. O que é facto é que esta laureada pôs várias vezes em risco a sua vida, teve de se afastar do seu país, o Afeganistão, mas não parou um segundo dando a sua voz à luta pela igualdade de género, pelo acesso de raparigas e mulheres à educação e à política", acrescentou.

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