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Seca extrema

Montenegro diz que Governo "acordou tarde" para os problemas da seca extrema

14 out, 2022 - 13:18 • Rosário Silva , com Pedro Valente Lima e Lusa

O presidente do PSD critica um governo que "não tomou medidas" ao longo dos últimos anos e que só age "no limite". Luís Montenegro anuncia ainda a entrega de uma proposta no Parlamento para um "Plano Nacional de Regadio verdadeiramente eficiente".

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O presidente do PSD diz que o Governo acordou tarde para os efeitos extremos da seca. Luís Montenegro anuncia ainda que o partido entregou, no Parlamento, uma proposta de projeto de resolução relativa à gestão da água, por "um Plano Nacional de Regadio verdadeiramente eficiente".

O líder social-democrata falou esta sexta-feira aos jornalistas em Alcáçovas, Évora, num dia em que se reúne a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, em Castelo Branco.

"Infelizmente, foi preciso chegarmos a um ano de seca extrema e severa para haver uma consciencialização maior, nomeadamente do Governo, que parece que, sete anos depois, acordou para este tema”, critica Montenegro.

O presidente do PSD aponta o dedo à inércia de um governo que "não tomou as medidas [necessárias] ao longo dos últimos anos, quando já era expectável que [a seca] pudesse vir a ganhar esta dimensão". "Temos um governo que é sempre muito relapso, age sempre de forma reativa e não proativa."

Luís Montenegro lamente, assim, que "só quando o assunto ganha uma pertinência absoluta, quando chegamos quase ao limite" é que o Governo "tenta recuperar o prejuízo do tempo perdido."

Por outro lado, lamenta que haja "pequenos investimentos", determinantes para a atividade agrícola ou o ecoturismo, que não têm "quase efeito nenhum" no Orçamento do Estado para 2023.

"Desse ponto de vista, faço mais um apelo [ao Governo] para que se olhe para o tema, mas sobretudo que não se adiem mais os investimentos."

Um consenso nacional para combater a seca extrema

Luís Montenegro lembra que a Barragem do Alqueva custou "cerca de 2.500 milhões de euros" e que é "frustrante e dececionante" ainda "haver concelhos que não conseguem ter os sistemas de ligação para ter uma rega e gestão de água eficientes".

Será, por isso, necessário "erguer a voz para termos decisões mais céleres", sublinha o social-democrata.

Contudo, realça que a necessidade de existir um "grande consenso nacional" relativamente ao combate à seca extrema: "Não deixando de denunciar as omissões do Governo neste domínio, não quero deixar de dizer ao país que o PSD está interessado em que todos tenhamos o mesmo objetivo".

Meta essa que o líder social-democrata salienta passar pela "garantia do abastecimento de água para consumo, para as atividades económicas, em particular a agricultura, e das medidas necessárias para preservar os ecossistemas, as capacidades de captação e de enfrentar os efeitos das alterações climáticas".

À margem da visita a uma fábrica de chocalhos, no distrito de Évora, o presidente do PSD anuncia também que o partido entregou, na Assembleia da República, um projeto de resolução "com várias recomendações de medidas", para que o país tenha "um Plano Nacional de Regadio verdadeiramente eficiente".

"Para que se façam obras, de norte a sul do país, para que a agricultura portuguesa possa ter um sistema de gestão da água capaz de não a deixar morrer, de não a enfraquecer", acrescenta.

Para Montenegro, o Plano Nacional de Regadio tem de poder "conjugar o interesse de manter a nossa agricultura viável, rentável e também a preservação do nosso meio ambiente", mas Portugal tem "perdido muito tempo nos últimos anos".

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