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Conflitos de interesses

"É excessivo a ministra dizer que não há nada a questionar", considera João Paulo Batalha

14 out, 2022 - 23:01 • João Malheiro

O vice presidente da Frente Cívica admite que "no plano da legalidade, a ministra tem razão", mas aponta que "houve uma ponderação deficiente dos riscos de conflitos de interesses na forma como se preparou no exercício do cargo".

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O vice presidente da associação Frente Cívica, João Paulo Batalha, considera que "é excessivo" que a ministra da Ciência e do Ensino Superior diga que não haja nada a questionar "do ponto de vista moral e ético".

O especialista em anticorrupção reage, assim, às declarações de Elvira Fortunato, que se defendeu das acusações de conflitos de interesses de que tem sido alvo.

Esta tarde, a ministra desmentiu quaisquer conflitos de interesses, garantindo que deixou de deter qualquer participação na empresa NTPE a duas semanas da tomada de posse e sublinha - no caso da AlmaScience - que não existiu, nem poderia existir, qualquer interferência do seu ministério na atribuição de 56 mil euros - pela Fundação para a Ciência e Tecnologia - a um consórcio de que faz parte a Alma Scsience, administrada pelo seu marido.

Em resposta, à Renascença, João Paulo Batalha admite que "no plano da legalidade, a ministra tem razão", mas aponta que "houve uma ponderação deficiente dos riscos de conflitos de interesses na forma como se preparou no exercício do cargo".

"Estas questões deviam ter sido levantadas, à entrada, pela própria ministra", defende.

Elvira Fortunato disse, esta tarde, que o Governo "está mais forte" por estar a conseguir dar resposta aos casos levantados nas últimas semanas.

Em sentido contrário, o vice presidente da Frente Cívica diz que isso não tem acontecido e, pelo contrário, os sucessivos casos têm fragilizado o Executivo.

"Todos os casos levantam uma questão de Ética na vida pública. Continuamos a não ter mecanismos de prevenção de conflitos de interesses", analisa.

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